Ana Lúcia Merege, 46 anos, é mestre em Ciência da Informação, pelo IBICT/UFRJ-ECO e formada em Biblioteconomia pela UNIRIO. Desde 1996, trabalha no Setor de Manuscritos da Biblioteca Nacional, onde lida com material original, fontes primárias, e desempenha funções que vão da identificação de documentos até a organização de exposições.
A experiência com manuscritos – especialmente os medievais, pelos quais é apaixonada – e as reflexões que vieram daí foram o ponto de partida para o mestrado, em que Ana discorreu acerca da sobrevivência do livro impresso. O curso, concluído em 2000, também despertou seu interesse pela mediação da leitura. Suas atividades nesses vários campos foram convergindo cada vez mais e resultaram nas suas duas primeiras publicações: o ensaio “Os contos de fadas: origem, história e permanência no mundo moderno” e o romance juvenil “O caçador”. Os títulos independentes encontraram editoras em 2009, e logo isso aconteceria com outros romances e contos, quase todos no gênero fantástico.
Atualmente, Ana publica pela Editora Draco, sediada em São Paulo, uma série de fantasia épica para jovens, iniciada com o romance “O castelo das águias”. Sua heroína é nada menos que uma mestra de sagas – contadora de histórias e professora de Literatura. Ela conta que um de seus maiores objetivos é conquistar leitores para o gênero fantástico, e para isso trabalha em várias frentes, organizando coletâneas, dando cursos, participando de eventos e, sempre que possível, visitando escolas e universidades para falar sobre o tema.
“Muitos jovens gostam de Harry Potter, Percy Jackson e O senhor dos anéis, mas não fazem ideia do imaginário riquíssimo que inspirou seus autores. Acredito que a leitura de obras de fantasia e ficção científica pode ser a porta de entrada para um universo muito maior, cheio de referências e de conexões, que os ajudem a refletir, a questionar e a ampliar sua bagagem cultural. E, se posso me permitir sonhar alto, gostaria que conhecessem também os autores brasileiros do gênero. Não apenas os poucos que ganham projeção na mídia – sem desmerecê-los -, mas os que, de forma independente ou em pequenas e corajosas editoras, batalham sem cessar por mais visibilidade no cenário da Literatura nacional”, diz Ana Lúcia.
A escritora e bibliotecária deixa uma mensagem aos leitores: “valorizem a Educação, a Cultura e seus profissionais, porque matamos um leão por dia para manter abertas as portas que levam ao futuro”.
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