Cartografia

O acervo cartográfico da Biblioteca Nacional é composto por mais de 22 mil mapas, entre manuscritos e impressos, e aproximadamente 2.500 atlas, além de diversas monografias e tratados sobre o tema.

A coleção engloba peças de expressivo valor artístico e histórico, não apenas do Brasil, como também do império ultramarino português e de outras partes do mundo. O conjunto cartográfico – que inclui mapas e atlas – é de especial valor porque permite o estudo da técnica cartográfica, bem como de suas mudanças e evolução ao longo dos séculos.

Destacam-se, por exemplo, o planisfério de Sebastian Münster, de 1552, a que pertence a obra “Cosmographia universalis”, e as sucessivas edições da Geografia de Cláudio Ptolomeu, com mapas xilogravados, gravados em metal e aquarelados. A mais antiga, de 1486, abrange o mundo conhecido no século XV (Europa, África e Ásia) e descreve o Oceano Índico como um mar fechado, seguindo a teoria ptolomaica de que ao sul do continente africano os oceanos não estabeleciam qualquer ligação. Embora a Geografia de 1486 seja uma reedição da de 1482, publicada em Ulm, difere com dois textos suplementares Registrum Alphabeticum (Registro alfabético) e De locis ac mirabilus mundi (um tratado anônimo sobre as maravilhas do mundo).

O acervo possui ainda o “atlas e o mapa mural de Miguel Antônio Ciera”, astrônomo italiano contratado pela coroa portuguesa para participar nos levantamentos das fronteiras na Região Sul do Brasil com o objetivo de estabelecer as demarcações do Tratado de Madri de 1750. Apesar de sua vasta produção cartográfica, só se tem conhecimento desses dois desenhos cartográficos, que foram nomeados no Registro Nacional Programa Memória do Mundo da UNESCO (MowBrasil) e no Registro Programa Memória do Mundo na América Latina e Caribe (MowLac), em 2012.

Obras em destaque

Coleção Diogo Barbosa Machado

Constituída pelo atlas factício intitulado Mappas do Reino de Portugal e suas Conquistas, o bibliófilo Diogo Barbosa Machado reuniu cerca de duzentos documentos, entre mapas, plantas de fortalezas e material iconográfico.

Coleção Dona Teresa Cristina Maria

Resultado da doação feita pelo imperador D. Pedro II ao ser deposto, oferece um panorama dos múltiplos interesses do último monarca brasileiro, incluindo mapas manuscritos do século XVI, material cartográfico das comissões de fronteira, planos de batalhas da Guerra do Paraguai, plantas de diversos projetos urbanísticos e curiosidades científicas da época, como um dos primeiros mapas a mostrar a nascente do Rio Nilo.

Coleção Pedro de Angelis

A coleção foi reunida pelo militar, professor de história e diplomata Pedro De Angelis durante sua estada em Buenos Aires, no período de 1820 até 1852. É composta por 93 mapas relativos a questões de fronteiras entre domínios de Portugal e Espanha na América do Sul, missões jesuíticas, fortificações no Gran Chaco e expedições ao interior do continente, todos de interesse para o estudo da formação dos países da América do Sul e suas fronteiras.

Edição mais antiga da Geografia de Ptolomeu

A Geografia de Ptolomeu foi conservada pelos árabes e introduzida no ocidente durante a Idade Média. Com a sua total recuperação impulsionou grandemente a cartografia, deixando de lado a visão patrística do mundo medieval. A Biblioteca Nacional dispõe do exemplar de sua versão mais antiga, de 1486.

Província do Brasil

Mapa de João Teixeira Albernaz II, intitulado Província do Brasil. A imagem faz parte do Atlas do Brasil, datado de 1666.

Theatrum Orbis Terrarum

O Theatrum Orbis Terrarum AFI ("Teatro do Globo Terrestre") é considerado, na cartografia, como o primeiro atlas moderno. Foi feito por Abraham Ortelius e editado pela primeira vez em 20 de maio de 1570 na Antuérpia (Bélgica).