Diogo Barbosa Machado

Pertencente ao acervo da Real Biblioteca, a antiga livraria de Diogo Barbosa Machado chegou ao Brasil em 1810, logo depois da corte portuguesa. Em 1876, quando a então Biblioteca Imperial e Pública passou a se chamar definitivamente Biblioteca Nacional, foram criadas as seções especializadas e o conjunto original de obras dispersou-se em várias salas. Dessa forma, vale destacar dois conjuntos de documentos que apresentam uma intervenção maior de Diogo Barbosa Machado.

 

Coleção de retratos

Composta por oito grandes álbuns, a coleção contém aproximadamente duas mil estampas de reis, príncipes e “varões insignes” de Portugal e da Europa, com escritos descritivos e muitas vezes com molduras ornamentais. Em 1893, esses retratos foram restaurados com processos do século XIX, hoje considerados ultrapassados.

O primeiro artigo dos Anais da Biblioteca Nacional, de 1876, de autoria de Ramiz Galvão, tratava justamente de Diogo Barbosa Machado. A partir de 1893, em outros quatro volumes, foi publicado o catálogo da coleção de retratos, com introdução de Zepherino Brum.

 

Folhetos

O acervo de Obras Raras guarda os documentos escritos, denominados “folhetos”. Composto por 146 tomos organizados por temas, o conjunto compreende mais de três mil documentos impressos de variados tamanhos, colecionados entre 1505 e 1770. São relatos de batalha de portugueses em várias partes do mundo, sermões e outros textos religiosos, atas de assembleias e tratados políticos, relatos de embaixadas e textos acerca da vida de reis, príncipes, nobres e clérigos portugueses. Os tomos foram restaurados em meados do século XX, e o catálogo elaborado por Rosemarie Horch foi publicado em vários volumes nos Anais da Biblioteca Nacional, em 1972.

 

Sobre Diogo Barbosa Machado

Nascido em Lisboa em 1682, Diogo Barbosa Machado era o segundo de três filhos de um capitão militar, que ascenderam socialmente através das letras. Iniciou os estudos de direito canônico em Coimbra, mas logo retornou à capital, recebendo ordens de presbítero em 1724, como oratoriano. Em 1720, tornou-se um dos 50 membros fundadores da Academia Real da História, criada por D. João V (1707-1750) para engrandecer a história de Portugal e suas possessões ultramarinas. Em 1728 foi nomeado abade de Santo Adrião de Sever, como seria conhecido.

O trabalho mais conhecido desse acadêmico real é a Bibliotheca Lusitana, um dicionário dos autores da história de Portugal que reúne, em ordem alfabética, mais de cinco mil nomes apresentados por suas biografias e obras, em um vasto período que vai desde o nascimento de Cristo, até meados do século XVIII. Os quatro volumes publicados entre 1747 e 1759 são até hoje um valioso instrumento de consulta para os pesquisadores.

Em 1770, o abade de Sever decidiu doar sua vasta biblioteca, reunida ao longo de muitos anos, à Real Biblioteca de D. José I (1750-1777). O guarda Francisco Perdigão catalogou a entrada das obras, como atestam documentos guardados no acervo de manuscritos, onde está também o catálogo feito pelo próprio colecionador, no qual ele descreve os grandes conjuntos de livros e extratos de documentos que compunham sua biblioteca original.

Obras em destaque

Coleção Diogo Barbosa Machado

Constituída pelo atlas factício intitulado Mappas do Reino de Portugal e suas Conquistas, o bibliófilo Diogo Barbosa Machado reuniu cerca de duzentos documentos, entre mapas, plantas de fortalezas e material iconográfico.

Outras Coleções