Pesquisador italiano Archimede Muzi vem ao Brasil anualmente para consultar acervo de iconografia da FBN

Publicado en martes, 31 de marzo de 2015.
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Formado em Letras Clássicas e apaixonado por Roma, cidade onde mora e à qual dedica suas pesquisas, Muzi organiza um dicionário enciclopédico sobre a capital italiana. O documento, doado em 2010 ao Istituto Nazionale Di Studi Romani (Instituto Nacional de Estudos Romanos), é atualizado pelo pesquisador a cada cinco anos e hoje soma 30 mil páginas.

Desde 1977, Archimede Muzi chega ao Rio de Janeiro um dia depois do Carnaval e fica até a véspera da Páscoa. Nesse período, ele visita diariamente a divisão de iconografia da Biblioteca Nacional para consultar imagens de Roma. Essa foi a maneira que o pesquisador italiano encontrou de fugir do inverno europeu e continuar fazendo o que faz em sua cidade natal: o Dicionário Enciclopédico “Roma – Opera omnia in itinere”.

“Minha paixão por Roma começou ainda na infância, quando meu pai me pegava pela mão e me conduzia pela cidade, mostrando sua riqueza histórica. Essa é a origem do trabalho de pesquisa que faço, sem visar lucro, apenas para deixar um instrumento de ajuda aos que se interessam pelo tema e podem, eventualmente, me suceder na atividade de atualizar o Dicionário”, conta Archimede.

Em 2010, ele doou a primeira versão do documento (com 19 mil páginas) ao Istituto Nazionale Di Studi Romani (Instituto Nacional de Estudos Romanos), ao qual é associado desde 1980. Na ocasião, comprometeu-se a entregar versões atualizadas a cada cinco anos, motivo pelo qual continua pesquisando, em busca de novidades que enriqueçam sua obra, hoje com 30 mil páginas.

A paixão de Archimede pelo Rio de Janeiro também é antiga. Conheceu a cidade na década de 1970, quando trabalhava como comissário de bordo, e morou aqui por seis meses, em três oportunidades, entre 1978 e 1986. Foi assim que ele conheceu a Biblioteca Nacional. Por curiosidade, visitou a instituição e consultou seu acervo para ver documentos locais e também de Roma. Encantado, passou a voltar anualmente para complementar sua pesquisa.

“Já pesquisei em vários lugares do mundo e posso afirmar que o acervo da Biblioteca Nacional é ótimo e muito rico. Aqui achei livros e documentos que não pensava encontrar. No entanto, o principal diferencial são as pessoas, o atendimento, a facilidade para consultar. Esses fatores me proporcionam a oportunidade de trabalhar melhor do que em outras bibliotecas e é por isso que eu volto sempre”, conclui Muzi.

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