Revista Poesia Sempre, ano 17, n.35 − Islândia

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Diversos autores

"Um amplo diálogo do poeta chileno Elicura Chihuailaf com Paula Miranda, professora da Universidade Católica em Santiago, abre este número da Poesia Sempre. A condição bilíngue e anfíbia entre duas culturas de Elicura promove uma tensão dos múltiplos estratos de seu processo criativo. Ressalta a lucidez de suas considerações dentro do panorama da pós-modernidade.

A poesia da Islândia sai pela primeira vez publicada no Brasil. Marcia Schuback, em sua Arcádia boreal, inaugura essa antologia de corte contemporâneo, como quem buscas essencialmente o pequeno, embora significante, grupo de poetas que trabalham de modo intensivo a linguagem.

Abrindo o novo espaço Letras Latinas, o poeta paraguaio Jacobo Rauskin traz um cenário de recortes de um canto spianato.

O fotógrafo Luciano Bonuccelli volta-se para as estufas da Versilia, em diálogo com uma espécie de natureza morta ou retrátil, cujo foco se apresenta intencionalmente ampliado ou deslocado.

Em O Espelho da Tradução, Per Johns perfaz uma leitura criativa da poesia de Jens Peter Jacobsen, um dos emblemas da literatura dinamarquesa.

Henrique Cairus, professor de literatura grega da UFRJ, realiza a tradução de um fragmento de Eurípedes, através do qual apresenta soluções instigantes para o coro de Hipólito.

Na seção Caligramas, Henryk Siewierski presta homenagem ao poeta polonês Józef Baran, em torno de cujos poemas trabalham os nomes mais representativos da polonística brasileira.

Coube ao poeta Wilmar Silva a curadoria da seção de poemas inéditos, concentrando-se de modo maciço nos poetas de Minas Gerais.

Sobre o diálogo entre a filosofia e a poesia, Gilvan Fogel, Marcia Schuback e Lorenzo Vinciguerra perfazem uma densa comunicação entre Heidegger e Nietzsche, Kierkegaard e Spinoza, num horizonte de trocas simbólicas, entre as múltiplas instâncias do pensamento, de que a poesia é parte integrante.

Na seção de ensaios livres, chamada de “Vistas aéreas”, Mensagem, de Fernando Pessoa, é o tema de Monika ´Swida, no víes de um olhar eslavo. A memória poética de Antonio Carlos das Graças Salgado, a que se juntam as considerações de Guiomar de Grammont, sobre a poesia reunida de Moacir Amâncio, e as de José de la Fuente, sobre uma edição epistolar de Gabriela Mistral.

Os escritores Lívia Apa e Ondjaki ilustram algumas páginas desta edição com os fotogramas do interessante documentário sobre a vida e a obra do poeta moçambicano Virgílio de Lemos.

Finalmente, Edmilson Nunes é o artista plástico convidado a ilustrar este número. As imagens que abrem as seções da revista absorvem a exposição do bicentenário da Biblioteca Nacional, a que se associa, em suas comemorações, esta edição da Poesia Sempre.”

Marco Lucchesi

(texto da apresentação)

Características (título)

Ano de publicação: 
2010

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