Acervo digital – Artigos – Jornal Timon

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014.
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Inicialmente uma publicação mensal, impressa na “Typographia Const. de I. J. Ferreira”, no nº 23 da rua da Paz, tratou especialmente de história política, não só do Maranhão mas também da Europa, seja, no caso desta última, na Antiguidade, Idade Média ou Idades Moderna e Contemporânea.

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Tratou especialmente de história política, não só do Maranhão mas também da Europa

O Jornal de Timon foi fundado em 25 de junho de 1852, em São Luiz, no Maranhão pelo jornalista e historiador João Francisco Lisboa. Inicialmente uma publicação mensal, impressa na “Typographia Const. de I. J. Ferreira”, no nº 23 da rua da Paz, tratou especialmente de história política, não só do Maranhão mas também da Europa, seja, no caso desta última, na Antiguidade, Idade Média ou Idades Moderna e Contemporânea. Tomando de empréstimo o nome do filósofo grego conhecido por sua misantropia (Timon), João Lisboa acabou assumindo a alcunha de “o Timon Maranhense”, tendo entrado para história intelectual brasileira como o patrono da Cadeira nº 18 da Academia Brasileira de Letras (ABL).

No formato pequeno predominante na época, próximo ao de livros, o Jornal de Timon trazia na página de rosto a epígrafe “Periculum dicendi non recuso” [“Não recuso tratar do que é perigoso”], frase do filósofo romano Cícero. O prospecto da edição inicial, de 25 de junho, expunha as razões do estilo crítico que João Lisboa iria imprimir ao seu jornal:

“O obscuro canto do mundo que habitamos não podia escapar á sorte commum, e a epocha que nos coube atravessar, é uma daquellas em que o mal tem decidida preponderancia; (…) o mal vil e despresível, o lodo, a baixeza, a degradação, a corrupção, a immoralidade, toda a casta de vicios enfim, tormento inevitavel dos animos generosos que os cegos caprichos do acaso designaram para espectadores destas scenas de opprobio e de dor. Timon, antes amigo contristado e abatido, do que inimigo cheio de fel e desabrimento, emprehende pintar os costumes do seu tempo, encarando o mal sobretudo, e em primeiro logar, senão exclusivamente, sem que nisso todavia lhe dê primazia, ou mostre gosto e preferencia para a pintura do genero. Ao contrario, faz uma simples compensação, porque o mal, nas apreciações da epocha, ou é esquecido, ou desfigurado.”

Essa edição trazia uma avaliação das experiências eleitorais ao longo da história. Na parte inicial, tratava das eleições na Antiguidade, especificamente em Atenas, Esparta e na Roma republicana e imperial. Na parte seguinte, tratava das eleições na Idade Média e na Idade Moderna, atendo-se à Roma católica, Inglaterra, Estados Unidos, França e Turquia.