Cartas andradinas nominadas “Memória do Mundo”

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014.
Premiação
cartas andradinas, memória do mundo, acervo, BNDigital
Nesta quinta-feira, dia 11 de dezembro, o conjunto de 69 “cartas andradinas” do acervo da Biblioteca Nacional foi reconhecido pelo Programa Memória do Mundo da Unesco como “documento de valor excepcional e interesse nacional”. O reconhecimento é dirigido a “documentos ou conjuntos documentais que tenham valor de patrimônio documental da humanidade”.

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As “cartas andradinas” compõem um conjunto de cartas enviadas pelos três irmãos Andrada – José Bonifácio, Martim Francisco e Antônio Carlos – ao jornalista e diplomata Antônio de Menezes Vasconcelos de Drummond, entre 1824 e 1833.
As “cartas andradinas” compõem um conjunto de cartas enviadas pelos três irmãos Andrada – José Bonifácio, Martim Francisco e Antônio Carlos – ao jornalista e diplomata Antônio de Menezes Vasconcelos de Drummond, entre 1824 e 1833.

As “cartas andradinas” compõem um conjunto de cartas enviadas pelos três irmãos Andrada - José Bonifácio, Martim Francisco e Antônio Carlos – ao jornalista e diplomata Antônio de Menezes Vasconcelos de Drummond, entre 1824 e 1833. Encadernadas pelo destinatário num volume único, foram confiadas à guarda do amigo de Drummond, A. J. de Mello Moraes, cujo filho, o memorialista Mello Moraes, acabou por herdá-las e, tempos depois, vendê-las à Biblioteca Nacional.

Recentemente a coleção foi digitalizada e integra a Biblioteca Digital, disponível no site da instituição. Segundo Ana Lúcia Merege, bibliotecária da Divisão de Manuscritos da Biblioteca Nacional, "a  correspondência dos Andradas é uma boa fonte de informação para o estudo daquele período, especialmente se tomada em conjunto com as memórias publicadas em 1861 pelo destinatário, Antônio Drummond".

Ainda segundo Ana Lúcia, desde a primeira carta, enviada de Bordéus, na França, a 1 de setembro de 1824, até as últimas que escreveu no país, podemos acompanhar suas observações sobre os desdobramentos do processo de independência, seu reconhecimento pelas províncias e pelos países estrangeiros, os tratados e conflitos em que se envolveram o Brasil e seu jovem imperador.

A Bibliotecária afirma que  "pode-se concluir que as cartas de José Bonifácio para Antônio Drummond são de extremo interesse para o pesquisador, fornecendo um retrato em cores vivas do que foram seus dias no exílio na França e oferecendo uma rica visão de suas reações a propósito dos acontecimentos políticos no Brasil, dos quais se via afastado contra a vontade. Mais do que em suas “memórias” e outros escritos, o fato de estar se dirigindo a um amigo permite enxergar, nessa correspondência, não apenas a persona política e o estudioso da ciência, mas, sobretudo, o homem que conhecemos como um dos vultos mais proeminentes da história brasileira".