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![A Casa Stefan Zweig criou uma ferramenta interativa chamada “canto dos exilados”, equipamento que contém aproximadamente cem biografias de importantes personagens exilados no Brasil. A Casa Stefan Zweig criou uma ferramenta interativa chamada “canto dos exilados”, equipamento que contém aproximadamente cem biografias de importantes personagens exilados no Brasil.](https://antigo.bn.gov.br/sites/default/files/styles/large/public/imagens/noticias/2014/1215-fbn-abre-exposicao-sobre-exilados-lingua-alema-entre/cobertura-fbn-abre-exposicao-sobre-exilados-lingua-alema.jpg?itok=44Q-ZR4Q)
De outubro de 2013 até hoje, a exposição já foi montada no Museu dos Direitos Humanos de Porto Alegre e no Centro de Cultura Judaica de São Paulo, realizada graças à colaboração do Instituto Goethe do Brasil. A Biblioteca Nacional viabilizou a vinda de material da Alemanha e o Instituto permitiu a montagem da mostra em Porto Alegre e São Paulo.
É notável a diferença entre os processos de migração e o exílio no contexto exemplificado pela mostra. Migra-se em busca de uma vida promissora. Já o exílio é a fuga de uma condição social ou política que põe em risco a vida do indivíduo, sendo eminentemente geopolítico e indicando expulsão espacial. Durante o período de 1933 a 1945, entre 16 mil e 19 mil falantes de língua alemã, na maioria judeus, encontravam-se exilados no Brasil, tratando-se do maior fluxo de “desterrados” recebidos pelo país em toda sua história.
Durante a abertura da exposição, o presidente da Biblioteca Nacional, Renato Lessa, em seu discurso, pontua que“os imperativos da descendência são postos como passagem para a superação das agonias e incertezas vividas pela ascendência- é bem esse o segredo das comunidades exiladas, a superação das distopias da ascendência”. O presidente acrescenta ainda como as primeiras gerações de exilados são portadoras da experiência drástica e original do desvínculo.
O impacto do exílio na cultura brasileira, como parte da dinâmica dos fluxos culturais, foi estruturante. Acabou sendo privilégio para o Brasil ter recebido o contingente de exilados, que contribuíram para a produção intelectual do país. O Brasil se tornou, depois da Argentina, o segundo maior país da América Latina a abrigar exilados de língua alemã. Nesse período, a Biblioteca Nacional passa a ser referência para muitos refugiados estabelecidos no Rio de Janeiro, onde podiam realizar leituras e pesquisas, influenciando assim a arte, fotografia, música, literatura, teatro e o jornalismo brasileiro.
Por meio de documentos, objetos e obras artísticas, além de entrevistas e testemunhos da época, nomes como Zweig, Axl Von Leskoschek, Erich Koch-Weser, Ernst Feder, Hugo Simon, Johannes Schauff, Karl Lieblich e Karl Lustig-Prean, contribuem com seus registros para o fomento da mostra. A exposição conta com recursos multimídia exibindo entrevistas e depoimentos de exilados e familiares.
A exposição “O exílio de língua alemã no Brasil- 1933 a 1945” ficará em cartaz até fevereiro de 2015.
Horário de funcionamento: de segunda à sexta de 10h às 18h. Sábado das 9h30 às 14h30.
Local: Av. Rio Branco, nº 219, 3º andar- Centro.