Phellipe Marcel da Silva Esteves e a história das enciclopédias brasileiras

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014.
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Para o pesquisador Phellipe Marcel da Silva Esteves, é necessária uma reflexão discursiva sobre a história das enciclopédias brasileiras, publicadas desde meados do século XIX.

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Phellipe Marcel Esteves é pesquisador residente da Fundação Biblioteca Nacional pelo PNAP-R.
Phellipe Marcel Esteves é pesquisador residente da Fundação Biblioteca Nacional pelo PNAP-R..

Graduado em Comunicação Social (Jornalismo), Phellipe Marcel da Silva Esteves, pesquisador residente da Fundação Biblioteca Nacional (pelo PNAP-R), doutorou-se em estudos de linguagem na Universidade Federal Fluminense (UFF) e tem experiência com análise do discurso, história das ideias linguísticas, história da alimentação e edição de livros, tendo sido orientado pela professora Vanise Gomes de Medeiros.

Phellipe considera que “há um grande paradoxo no que diz respeito às enciclopédias brasileiras: elas até hoje são muito valorizadas como objeto que representa o conhecimento, como objeto de status do sujeito que tem e lê enciclopédias; no entanto, a pesquisa sobre elas é muito escassa”.

Ainda de acordo com o pesquisador, na historiografia sobre as enciclopédias editadas em solo brasileiro, há uma sequência de apagamentos: sempre se afirma que determinada enciclopédia é a primeira, apagando todas as anteriores.

Até agora, no levantamento feito por Phellipe no acervo da Biblioteca Nacional, já foi possível encontrar enciclopédias que datam dos anos 1840 e 1850, de diferentes regiões do Brasil, em distintos formatos, quantidade de páginas e públicos-alvo.

A importância, segundo o residente, de um estudo minucioso dessas obras é justamente entender de que maneira alguns saberes foram se tornando conhecimentos obrigatórios para a criança, para o homem, para a mulher, para o brasileiro, de modo geral.

Durante seu doutorado, o residente já havia iniciado uma breve história das enciclopédias brasileiras, mas o estágio como pesquisador na FBN tem contribuído, segundo ele, para aprofundar e mesmo revisar algumas de suas conclusões de então.

Uma das novidades, já adiantada pelo pesquisador, é que existe um desejo enciclopédico circulante no Brasil a partir do século XIX. A palavra “enciclopédico” comparece não apenas propriamente em enciclopédias, mas também em jornais, revistas e, curiosamente, em nomes de lojas. É o caso do Armazém Enciclopédico, que publicou, de 1900 em diante, o Almanach do Armazem Encyclopédico, que pode ser visualizado na Hemeroteca Digital da FBN.  “É uma tentativa positivista de um tudo abarcar, de um tudo saber: o objetivo enciclopédico desde Diderot e d’Alembert”, conclui o pesquisador.

Uma das publicações mais recentes de Phellipe é o capítulo “A viabilidade de um conceito de formação cultural”, que foi publicado no livro O acontecimento do discurso no Brasil.

Para conhecer um pouco mais sobre o livro e sobre o trabalho do pesquisador, acesse: http://www.mercado-de-letras.com.br/livro-mway.php?codid=361.