Retomada da Revista do Livro da Biblioteca Nacional

quarta-feira, 22 de julho de 2015.
Evento
Revista do Livro
A mesa-redonda será composta pelo pesquisador do IBICT, Gustavo Saldanha, pela coordenadora da Biblioteca Nacional Digital, Angela Monteiro Bettencourt, pelos pesquisadores Joaquim Marçal de Andrade, da FBN, e Luiz Antonio de Almeida, biógrafo de Ernesto Nazareth e estudioso da música brasileira, e pela editora da revista, Sheila Kaplan.

No dia 23 de julho, às 16h, a Fundação Biblioteca Nacional promove no Auditório Machado de Assis um debate sobre o papel das bibliotecas no século XXI para marcar a retomada da tradicional Revista do Livro da Biblioteca Nacional.

Lançada em 1956 pelo antigo Instituto Nacional do Livro, a Revista do Livro da Biblioteca Nacional contou com nomes expressivos da inteligência brasileira em suas páginas, como Carlos Drummond de Andrade, Alexandre Eulálio e Augusto Meyer. Agora, em 2015, ela volta a circular, depois de intervalo de cinco anos. A retomada da revista coincide com a mudança no papel das bibliotecas, a partir da digitalização da informação e da internet. O futuro das bibliotecas no mundo digital é o principal tema desta edição.

O número atual (55), editado pela escritora e jornalista Sheila Kaplan, debate como o perfil das bibliotecas passa por transformação, de um lugar lento de reflexão e pensamento para um lugar de resistência à velocidade do ritmo imposto pelas redes sociais e pela internet. Traz depoimentos da diretora-geral da Biblioteca Nacional de Portugal, Maria Inês Cordeiro, da pesquisadora do Ibict, Lena Vania Pinheiro e da vice-presidente executiva do Conselho da Biblioteca Nacional de Cingapura, Ngian Lek Choh.

Participa do debate o presidente da Biblioteca Nacional, Renato Lessa, que comenta como as bibliotecas buscam novas formas de se adequar ao utilizar tecnologias emergentes. “Há pouco tempo falava-se em um dilema entre a necessidade de difusão do acervo e a contraditória política de proteção e a preservação dele, que impedia o acesso. Hoje, com a digitalização dos serviços da biblioteca, o papel das bibliotecas mudou, assim como o conceito de patrimônio cultural”, contextualiza.

Questões sobre a perda de espaço do suporte físico para o suporte eletrônico e de como combinar as missões de guarda de acervo e de abertura do acesso ao conhecimento e a promoção do acesso livre também estão presentes na edição, assim como as mudanças nos direitos autorais. O que mudou com a maior capacidade de oferta de novos serviços digitais – sons, textos, imagens, vídeos e a comunicação entre sistemas? E com a disponibilidade maior dos acervos raros à consulta pública após a digitalização? Quais as novas expectativas dos públicos das bibliotecas e como satisfazê-las?

Além de trazer questões tão fundamentais para debate, a publicação também está recheada de presentes para os apaixonados por arquitetura e por livros. O renomado fotógrafo Cristiano Mascaro, ex-estudante de arquitetura e que descobriu a fotografia entre os livros de uma biblioteca, apresenta as belezas arquitetônicas de dois dos maiores acervos bibliográficos do mundo, os quais, poucas pessoas se dão conta disso, estão situados no Brasil: a Biblioteca Nacional e o Real Gabinete de Leitura. Outro destaque do volume que está sendo lançado é o relato, por Rodrigo Mindlin, neto do bibliófilo José Mindlin, das referências utilizadas na produção do projeto arquitetônico da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin.

A revista apresenta ainda uma visita guiada por fora e por dentro dos livros da Biblioteca Nacional. Começa com as imagens, guardadas no acervo da Divisão de Iconografia da BN, da construção do edifício-sede da Avenida Rio Branco. E também um glossário de termos do universo dos livros – como ex-libris, iluminura, incunábulo – que representa um pouco do que o leitor pode encontrar na própria Biblioteca Nacional.