Rio 450 anos - Bairros do Rio - Região de Guaratiba

domingo, 23 de agosto de 2015.
Notícia
450 anos do Rio de Janeiro
Segundo Nei Lopes, no Dicionário da hinterlândia carioca (2012), Guaratiba é um bairro da 26ª Região Administrativa da cidade do Rio de Janeiro, que se divide em sub-bairros, e tem sua origem em 1579. A região fazia parte da grande sesmaria recebida por Manuel Veloso Espinha (citado também como Manuel Veloso Cubas), outrora pertencente à freguesia de “São Salvador do Mundo de Guaratiba”, desmembrada da freguesia de Irajá em 1755. As terras que faziam fronteira com o rio Guaratiba, compreendiam uma ilha e diversos rios.

cobertura-1650-rio-450-anos-bairros-rio-regiao-guaratiba.jpg

Praia de pescaria na Pedra de Guaratiba - Malta, Augusto - Publicada no Álbum da Cidade do Rio de Janeiro - Comemorativo do 1º centenário da Independência do Brasil 1822/1922.
Praia de pescaria na Pedra de Guaratiba - Malta, Augusto - Publicada no Álbum da Cidade do Rio de Janeiro - Comemorativo do 1º centenário da Independência do Brasil 1822/1922.

Guaratiba é uma palavra indígena (tupinambá), que significa “lugar onde há grande quantidade de garças/garceiro” e surgiu da junção de dois vocábulos: “guará”, que quer dizer “ave”; e “tiba”, que significa “lugar onde há muita coisa reunida”. Daí surgiu “Guaratiba”.

No final do século XVII a região era sede do engenho da Carmelitas, do engenho de Dona Izabel, do engenho de Luiz Vieira Mendanha e do engenho de Belchior da Fonseca. Em 1817, entra em cena o Sr. Felipe Rodrigues de Santiago, que reivindicava as terras pertencentes à Fazenda Santa Clara, na localidade conhecida como Magarça.

A região é composta por Pedra de Guaratiba banhada pelas águas da Baía de Sepetiba, por Barra de Guaratiba e Marambaia e suas praias oceânicas, além de localidades como Magarça, Santa Clara, Jardim Maravilha e Jardim Monteiro, entre outras.

Os principais destaques da região vão desde as praias até a gastronomia, passando pela área de proteção ambiental da Praia da Brisa, com flora e fauna de Mata Atlântica, manguezal, restinga.

O passado histórico da região é representando pela Igreja de Nossa Senhora do Desterro, carinhosamente chamada de “Capelinha” pelos frequentadores de Pedra de Guaratiba.

Sua construção em 1628  é atribuída à “Lenda de Guaratiba”, narrada no site pedradeguaratiba.com.br:

Jerônimo Veloso Cubas e sua esposa, Beatriz Alves Gago, possuíam em sua companhia uma índia muito idosa, cega e doente. Certa manhã, a índia disse aos seus patrões que Nossa Senhora havia pedido que erguessem uma igreja à beira da praia, num lugar onde havia muitos craveiros. O casal, porém, não acreditou, do que resultou o caso extraordinário que os levou, como agradecimento, a doarem metade de seus bens aos Religiosos do Carmo para a construção da Capela de Nossa Senhora do Desterro em Guaratiba. Aconteceu que um dia a índia que era velha, cega e doente foi curada de todo o mal, ficando com a visão perfeita e forte como uma jovem. Dirigindo-se aos seus patrões, a índia lhes disse que como eles não quiseram acreditar nem se interessaram em procurar o lugar solicitado pela Mãe de Deus, Nossa Senhora havia lhe restituído a saúde para que o seu pedido fosse atendido.

Ainda atordoados, mas convencidos, foram imediatamente para a beira da praia até que acharam o lugar indicado, com uma grande quantidade de craveiros. Entre eles, havia um com um lindo pendão com três cravos, o qual foi colocado entre as mãos da Virgem Maria. Estas flores permaneceram vivas durante os anos como na hora em que foram colhidas.

Contam que passados alguns anos, os Religiosos do Carmo quiseram mudar a capela para frente do convento onde residiam. Iniciando a obra, tudo quanto se trabalhava durante o dia, quando amanhecia o dia seguinte, se achava destruído como se tal obra não tivesse começado. Assim sendo, perceberam que Nossa Senhora não queria que sua igreja fosse mudada de lugar, onde até hoje permanece.

Localize a região de Guaratiba na Carta corographica da capitania do Ryo de Janeyro, capital dos estados do Brasil / Por Francisco João Roscio, 1777. Coleção: Benedicto Ottoni.

Conheça um pouco mais sobre os bairros do Rio consultando o setor de Obras de Referência na Biblioteca Nacional.