31 anos de amor, dedicação e carinho às imagens da BN

terça-feira, 15 de setembro de 2015.
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iconografia, obras raras, bibliotecário, biblioteconomia
O acervo iconográfico da Biblioteca Nacional é o maior patrimônio de imagens do País. Com mais de 200 mil peças, entre livros, gravuras, desenhos, fotografias e efêmeros, o acervo de Iconografia da Biblioteca Nacional é uma vasta e preciosa fonte de pesquisa para a realização de filmes, livros, exposições e trabalhos acadêmicos.

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Léia Pereira da Cruz e equipe da Iconografia.
Léia Pereira da Cruz e equipe da Iconografia.

Entre as milhares de imagens que compõem o acervo iconográfico da Biblioteca Nacional (BN), muitos itens são considerados obras de arte. São guardadas relevantes coleções, como, por exemplo, as gravuras de Albrecht Dürer (1471-1528) e os volumes encadernados no século XVIII pelo abade português Diogo Barbosa Machado, únicos no mundo.

Todo esse valioso patrimônio, que inclui ainda obras do desenhista, ilustrador e gravador brasileiro Emílio Goeldi, fotografias de Augusto Malta e Marc Ferrez, gravuras do pintor alemão Johann Moritz Rugendas – que pintou os povos e os costumes brasileiros entre 1822 e 1825 –, está sob os cuidados de uma equipe de 15 profissionais, chefiados desde 2006 pela bibliotecária Léia Pereira da Cruz.

Com ‘dedicação total e amor incondicional’ ao trabalho que realiza, como ela própria define, Léia completa, em 2015, 31 anos na Biblioteca Nacional e se aposenta em setembro. “Entrei em 1984 para atuar no projeto SIAH – Sistema de Integração ao Acervo Histórico, do acervo de Obras Raras. Em janeiro de 1986 passei para a Iconografia, onde estou até hoje. Participei da mudança da base de dados, da recatalogação do acervo, da organização de diversas exposições. Interagi com todos os setores da BN e fiz muitos amigos, vou sentir saudades”, diz a bibliotecária, que já está fazendo planos para a nova fase que se inicia.

A bem sucedida história de Léia na BN começou com Ana Virgínia Pinheiro, atual chefe do acervo de Obras Raras, que convidou a sua colega de turma da faculdade para o projeto SIAH. “Do nosso grupo de amigas, ela era a que transmitia equilíbrio. Sempre foi uma pessoa tranquila, ponderada, alegre, doce, tolerante, paciente, sincera. É muito querida e respeitada por todos, vai deixar saudades”, comenta Ana Virgínia.

A bibliotecária Rose Amorim, que sempre trabalhou com acervo especial e hoje está no Planor – Plano Nacional de Recuperação de Obras Raras, entrou na BN junto com Léia, também a convite de Ana Virgínia. Para ela, o convívio com a amiga fez toda a diferença. “A Léia é uma grande companheira, é dessas pessoas que não poupa esforços para ajudar, tudo que ela pode fazer ela faz. Aprendi muito e com ela, especialmente sobre gravura, tive toda a orientação que precisei. Vai fazer falta”, diz Rose.

Mônica Carneiro, que atua na divisão de Iconografia como bibliotecária de referência e coordenadora substituta do acervo especial, trabalha diretamente com Léia desde 1985. “Ela é uma pessoa delicada, fácil de lidar, nunca levanta o tom de voz. Por ser muito organizada, dedicou-se voluntariamente à parte administrativa do setor mesmo antes de ser chefe”, conta Monica.

“O tempo passa rápido, foram pelo menos 30 anos junto com Léia nessa casa que amamos. Espero que ela seja feliz fora dela o quanto foi dentro”, deseja Fernando Amaro, do Laboratório de Restauração da BN.