Maria do Carmo Couto da Silva e a crítica de arte portuguesa

segunda-feira, 20 de junho de 2016.
Perfil
artes plásticas, crítica de arte, crítica
Bolsista do Programa Nacional de Apoio a Pesquisadores Residentes da Biblioteca Nacional (PNAP-R), a Professora Dra. Maria do Carmo Couto da Silva realiza o estudo metódico da crítica de arte portuguesa, voltada ao público brasileiro e escrita por autores portugueses entre 1870 e 1915.

Maria do Carmo Couto da Silva (enquadramento fechado)

Maria do Carmo Couto da Silva, bolsista do Programa Nacional de Apoio a Pesquisadores Residentes da Biblioteca Nacional (PNAP-R).
Maria do Carmo Couto da Silva, bolsista do Programa Nacional de Apoio a Pesquisadores Residentes da Biblioteca Nacional (PNAP-R).

O trabalho concentra-se especialmente na obra do escritor José Duarte Ramalho Ortigão (1836-1915), publicada na Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro (RJ) entre o final da década de 1870 e 1895, e nos escritos do jornalista Mariano Pina (1860-1899) publicados na revista A Ilustração, de sua propriedade e direção, impressa em Paris entre 1884 e 1892. Segundo a autora, esses intelectuais demandam mais estudos tanto no Brasil quanto em Portugal pelos seus trabalhos em crítica de arte no final do século XIX e no início do XX.

A pesquisa de Maria do Carmo busca promover a compreensão da crítica de arte portuguesa em sua relação com as discussões estéticas do final do século XIX, apresentando uma seleção de textos destacados desses autores, com grafia atualizada e com notas de rodapé explicativas.

O trabalho analisa como a crítica portuguesa tratou temas importantes no campo da arte, como a formação do artista, a ausência de público para exposições, a falta de espaços expositivos para as novas gerações e também sua visão sobre o mercado para a arte. Entre outras exposições, o Salão de Paris foi comentado com regularidade por estes críticos, permitindo-nos perceber a inserção de artistas brasileiros e portugueses em um circuito artístico internacional.

A leitura cuidadosa dos escritos de Ramalho Ortigão e de Mariano Pina também ajuda na compreensão dos textos da crítica de arte brasileira, principalmente no que se refere às discussões em torno da arte estrangeira e, principalmente, de uma visão para a arte nacional, como é o caso do crítico de arte Gonzaga Duque.

Por outro lado, a revista A Ilustração, inspirada nos jornais ilustrados franceses, fez circular na França, Brasil e Portugal, gravuras com reproduções de obras de arte que permitiram uma maior divulgação de trabalhos artísticos, voltadas também ao colecionismo particular de imagens impressas.

Maria do Carmo Couto da Silva é pós-doutora em História da Arte pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, com pesquisa sobre a constituição do acervo de arte estrangeira do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro no final do século XIX e começo do XX. Doutora e mestre em História da Arte pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, estudou a produção escultórica de Rodolfo Bernardelli e sua atuação como diretor da Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro (RJ). Maria do Carmo Couto da Silva possui graduação em História pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

Maria do Carmo Couto da Silva, bolsista do Programa Nacional de Apoio a Pesquisadores Residentes da Biblioteca Nacional (PNAP-R).