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A reportagem percorre os diversos setores da Biblioteca Nacional que integram o processo de digitalização de documentos, desde o recebimento e cadastro das obras, até sua exibição final para consulta gratuita em meio digital por parte dos usuários da BNDigital.
Em depoimento para a reportagem, a pesquisadora Nathália Roitberg destaca a facilidade de pesquisar no acervo da Hemeroteca Digital para seu projeto de mestrado, em comparação ao processo manual que ela mesmo vivenciou durante seu curso de graduação, quando precisou realizar consultas diretamente no acervo de microfilmes da Biblioteca Nacional.
Angela Bettencourt, coordenadora da BNDigital, destaca outra virtude menos propalada visível da digitalização dos documentos, mas igualmente importante: “a preservação da memória entra um pouco em conflito com o acesso, porque depois que você dá acesso, a pessoa manuseia aquela informação, manuseia aquele jornal, e há um desgaste. Por isso, preservação e acesso sempre entraram em choque. Mas quando surgiu o mundo digital, esse choque passou a não existir mais porque a gente consegue dar acesso preservando a informação.”
Por fim, Vinicius Pontes Martins, coordenador da Rede da Memória Virtual Brasileira, sinalizou possíveis caminhos para o futuro da preservação. O imenso acervo digital que existe atualmente na forma de blogs, publicações em mídias sociais e websites, constitui um rico conjunto de informações que tende a se perder no longo prazo pela transitoriedade das informações publicadas nos diversos canais da internet. Um ambicioso projeto de guarda desse material eletrônico exigiria grande capacidade de armazenamento e investimento: “isso tudo exige um esforço tecnológico e financeiro muito grande. A gente ainda não está nesse ponto, mas já estamos pensando nisso.”
