Helena de Barros e as técnicas de impressão dos primeiros impressos coloridos brasileiros de caráter lúdico

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019.
Perfil
ensino, Programa Nacional de Apoio à Pesquisa, pesquisadora
As técnicas de impressão colorida transformaram as possibilidades de representação visual nos impressos. A inauguração do uso da cor como recurso de impressão industrial em meados do século XIX e início do século XX foi especialmente significativa para as estampas de caráter lúdico, surgindo como estratégia de persuasão e diferenciação no mercado gráfico.

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A pesquisadora Helena de Barros, bolsista do Programa de Apoio à Pesquisa da Biblioteca Nacional.
A pesquisadora Helena de Barros, bolsista do Programa de Apoio à Pesquisa da Biblioteca Nacional.

A pesquisadora Helena de Barros, bolsista do Programa de Apoio à Pesquisa da Biblioteca Nacional, empenha-se em localizar os primeiros impressos brasileiros produzidos para fins de diversão, cultura e entretenimento que se valeram da impressão colorida. As técnicas de impressão desses materiais são ainda pouco estudadas e seu conhecimento ajuda a qualificar os impressos que foram produzidos ou que circularam no país, contribuindo para a Memória Gráfica Brasileira, além de lançar luz sobre os hábitos de consumo, cultura, divertimento e entretenimento representativos da cultura popular brasileira desse período.

A pesquisa trata especificamente da transição dos processos manuais para os fotomecânicos de interpretação da cor, numa técnica de impressão histórica, a cromolitografia, e sua aplicação na produção comercial brasileira. Objetiva um levantamento preliminar dos primeiros impressos coloridos brasileiros, assim como a descrição e qualificação técnica destes itens, produzidos entre 1880 e 1945, onde se destacam as ilustrações da iniciante produção literária destinada ao público infanto-juvenil, as estampas do jogo do bicho, os primeiros jogos e brinquedos impressos para montar. A caracterização técnica desse material é tarefa inédita, realizada a partir de uma metodologia de investigação que qualifica e detalha os métodos de produção dos impressos, desde a discriminação das paletas de cor de tintas de impressão, ao uso de diferentes técnicas gráficas, por identificação microscópica.

A pesquisa é um desdobramento da tese de doutorado “Em busca da cor: rótulos cromolitográficos do Arquivo Nacional e da Biblioteca Nacional (1876-1919)”, um dos trabalhos vencedores do 32º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira (2018). A tese propôs métodos de investigação e identificou as técnicas de impressão de 100 rótulos de produtos comerciais brasileiros, e o estudo atual se debruça sobre outros itens do acervo da Biblioteca Nacional, com diferentes características.

Helena de Barros é doutora em Design pela Escola Superior de Desenho Industrial (UERJ). Professora, designer, artista visual, consultora e especialista em identificação de técnicas de impressão de imagens por método microscópico, pesquisa sobre linguagem visual, cultura material, técnicas gráficas, impressos efêmeros e memória gráfica brasileira. Dedica-se especialmente às técnicas de impressão colorida, com ênfase na cromolitografia do século XIX e na impressão de arte digital atual.