Chico Buarque é o grande vencedor do Prêmio Camões 2019

terça-feira, 21 de maio de 2019.
Homenagem
Prêmio Camões, literatura, literatura brasileira, língua portuguesa, música, dramaturgia
O músico, dramaturgo, escritor e autor brasileiro Chico Buarque de Hollanda é o grande vencedor da 31ª edição do Prêmio Camões. O anúncio foi feito nesta terça-feira, 21 de maio, às 16h, no prédio sede da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, pelos membros do júri composto por seis integrantes após reunião que durou pouco mais de uma hora.

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21 de maio de 2019 - os jurados do Prêmio Camões: Manuel Martins (Portugal), Antonio Carlos Hohlfeldt (Brasil), Ana Paula Tavares (Angola), Clara Rowland (Portugal), Nataniel Ngomane (Moçambique) e Antonio Cicero Correia Lima (Brasil).
21 de maio de 2019 - os jurados do Prêmio Camões: Manuel Martins (Portugal), Antonio Carlos Hohlfeldt (Brasil), Ana Paula Tavares (Angola), Clara Rowland (Portugal), Nataniel Ngomane (Moçambique) e Antonio Cicero Correia Lima (Brasil).

A ata redigida pelos integrantes do júri expressa os motivos que levaram à escolha do autor: “O Júri decidiu, por unanimidade, atribuir o Prémio Camões a CHICO BUARQUE DE HOLLANDA pela qualidade e transversalidade da sua obra, tanto através de gêneros e formas, quanto pela sua contribuição para a formação cultural de diferentes gerações em todos os países onde se fala a língua portuguesa. O Júri reconheceu o valor e o alcance de uma obra multifacetada, repartida entre poesia, drama e romance. O seu trabalho atravessou fronteiras e mantém-se como uma referência fundamental da cultura do mundo contemporâneo”.

Nesta edição 2019, o júri foi formado pelos brasileiros Antonio Carlos Hohlfeldt e Antonio Cicero Correia Lima; pelo moçambicano Nataniel Ngomane; pelos portugueses Clara Rowland e Manuel Frias Martins; e pela angolana Ana Paula Tavares.

O Prêmio Camões foi criado em 1988 por um protocolo Adicional ao Acordo Cultural entre a República Portuguesa e a República Federativa do Brasil com o objetivo de eleger anualmente um autor de língua portuguesa que tenha contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua comum. O prêmio busca estreitar os laços culturais entre os vários países lusófonos. Os governos dos dois países conferem ao |Prêmio distinção máxima a um escritor de literatura lusófona, acontecimento de grande relevância política e cultural para as duas partes.

Comentários dos jurados

O jurado brasileiro Antonio Hohlfeldt – doutor em letras, com pós-doutorado em Jornalismo pela Universidade do Porto – esclareceu que o nome de Chico Buarque de Hollanda foi consensual para os integrantes do júri que se reuniu na tarde desta terça-feira. Segundo ele, a indicação surgiu naturalmente e obteve respaldo de todos. “A diversidade da obra de Chico Buarque em temos de música, romance e dramaturgia é inigualável. Também pesaram na escolha do nome fatores como a difusão e circulação do nome do autor nos países de língua portuguesa”. Antonio Hohlfeldt termina indagando: “Quem não escutou Chico Buarque?” Para o acadêmico, o Prêmio Camões é o principal reconhecimento que um autor de língua portuguesa pode alcançar na carreira. “Consulte uma relação dos escritores já reconhecidos com o Prêmio para entender sua dimensão. Cada um desses autores tem uma importância específica, cada um enriquece a língua portuguesa à sua maneira. Isso se confirma mais uma vez agora com a indicação do Chico Buarque”.

O jurado moçambicano Nataniel Ngomane, doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) afirma que “o Prêmio é importante para a valorização da língua e suas diversas culturas, contemplando autores de diversos países de língua portuguesa. Nomes como Raduan Nassar, Mia Couto e João Cabral de Mello Neto atestam a elevada qualidade desse reconhecimento”.

A portuguesa Clara Rowland, professora associada no Departamento de Estudos Portugueses da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa declara que “a transversalidade de Chico Buarque expande as próprias fronteiras estritamente literárias do Prêmio Camões”.

Para o autor e compositor brasileiro Antonio Cicero – desde 2017, membro da Academia Brasileira de Letras –, “a obra do Chico Buarque de Hollanda é conhecida no Brasil e em Portugal, uma obra de alto nível. Sem dúvida, é um nome que atravessa fronteiras, e a ata da reunião transmite isso”.

21 de maio de 2019 - os jurados do Prêmio Camões reunidos no Gabinete da Biblioteca Nacional.
21 de maio de 2019 - os jurados do Prêmio Camões reunidos no Gabinete da Biblioteca Nacional.
21 de maio de 2019 - Antonio Carlos Hohlfeldt (Brasil), membro do júri do Prêmio Camões 2019, fotografada na Biblioteca Nacional.
21 de maio de 2019 - Nataniel Ngomane (Moçambique), membro do júri do Prêmio Camões 2019, fotografada na Biblioteca Nacional.
21 de maio de 2019 - Clara Rowland (Portugal), membro do júri do Prêmio Camões 2019, fotografada na Biblioteca Nacional.
21 de maio de 2019 - Antonio Cicero (Brasil), membro do júri do Prêmio Camões 2019, fotografada na Biblioteca Nacional.
21 de maio de 2019 - Ana Paula Tavares (Angola), membro do júri do Prêmio Camões 2019, fotografada na Biblioteca Nacional.
21 de maio de 2019 - Manuel Frias Martins (Portugal), membro do júri do Prêmio Camões 2019, fotografada na Biblioteca Nacional.