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O texto de Bellons inscreve-se no âmbito da literatura de viagens dos séculos XVIII-XIX ao lado de eruditos(as) como Robert Southey, James Henderson, Henry Koster e Maria Graham. Estes compartilhavam do gosto pela viagem como experiência de conhecimento, uma prática cultural de longa tradição no chamado Grand Tour e que mesclava erudição, curiosidade pelo estrangeiro e algum espírito de aventura.
O principal objetivo de Frederico Abdalla é tornar visível à comunidade de historiadores o relato de Bellons, contribuindo para a ampliação do acervo de obras de visitantes estrangeiros que vieram ao Brasil imperial e, mais especificamente, à Bahia. Além disso, é preciso incluir o texto de Bellons nos debates teóricos mais atuais acerca da literatura de viagens, os quais procuram compreender os textos de viajantes de finais do século XVIII e início do XIX como gêneros híbridos e abertos, onde matrizes epistemológicas como erudição, ciência e arte se entrecruzavam, ainda que dentro de um progressivo processo de especialização e separação desses campos.
Frederico Tavares de Mello Abdalla é graduado e Mestre em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Doutor em História das Ciências e da Saúde pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).