Juliana Santos e o romance de formação feminino no Brasil (1930-1950)

terça-feira, 9 de julho de 2019.
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Pesquisadora da Fundação Biblioteca Nacional pelo Programa de Apoio à Pesquisa (PAP), Juliana Santos examina narrativas de escritoras brasileiras entre os anos de 1930 e 1950 – especialmente Lucia Miguel Pereira, Rachel de Queiroz, Dinah Silveira de Queiroz, Clarice Lispector, Elisa Lispector, Patrícia Galvão e Maria Julieta Drummond de Andrade – e o contexto social e literário em que estavam inseridas.

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Juliana Santos, pesquisadora da Fundação Biblioteca Nacional pelo Programa de Apoio à Pesquisa.
Juliana Santos, pesquisadora da Fundação Biblioteca Nacional pelo Programa de Apoio à Pesquisa.

O projeto dá continuidade à pesquisa de doutorado sobre a escritora Lucia Miguel Pereira em que Juliana constata a importância do conceito de formação e de Bildungsroman – estilo de romance que expõe o processo de desenvolvimento de um personagem – para a leitura da ficção e da crítica literária produzidas por ela e por outras escritoras do período.

Desta forma, o exame da fortuna crítica das autoras e de alguns dos principais periódicos brasileiros entre os anos de 1930 e 1950 pretende recuperar a contribuição dessas mulheres e também a discussão de temas relevantes para a pesquisa, como o feminismo, a importância da formação e o papel da literatura. Isso servirá de base para a análise das narrativas produzidas por esse conjunto expressivo de escritoras brasileiras pertencentes ao contexto do romance de 30, de forma a recuperar essas obras, relacioná-las e trazer consistência para a sua leitura, situando-as no conjunto do que foi produzido no período, mostrando sua relevância e pertinência para as discussões sociais e literárias daquele contexto histórico, tradicionalmente mais associado a problemáticas de fundo político e econômico.

Juliana é doutora e mestre em Letras – Literaturas Brasileira, Portuguesa e Luso-Africanas – pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tendo realizado estágio de pesquisa na Universidade de Lisboa, e licenciada em Letras – Português e Literaturas de Língua Portuguesa – pela mesma instituição. Com o apoio do CNPq e da CAPES, atuou junto aos projetos de pesquisa A poesia metafísica no Brasil: percursos e modulações, Espaços circunscritos e subjetividade: estudo sobre a formação do romance de introspecção no Brasil (1888-1930) e Escritas do eu: perfis e consolidação do romance de introspecção no Brasil (1940-1970), coordenados por Ana Maria Lisboa de Mello. Foi editora das revistas Ciências & Letras (FAPA) e Cadernos do IL (UFRGS) e participou da editoria do periódico Nau literária (UFRGS/Univ. Lisboa). Além disso, foi professora de Literatura pela Faculdade Porto-Alegrense (FAPA) e de Comunicação pelo Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter). Atualmente é professora do Curso de Letras do Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC-Osório/RS). Já apresentou trabalhos e publicou artigos e capítulos de livros relacionados ao tema de sua pesquisa, entre os quais se destacam A formação do eu em Amanhecer, de Lucia Miguel Pereira e Vermelho da cor do sangue, azul da cor do céu. Com o projeto O romance de formação feminino no Brasil: de 1930 a 1950, desenvolvido na Fundação Biblioteca Nacional, Juliana Santos pretende recuperar não só a participação e a recepção de escritoras brasileiras nos principais periódicos daqueles anos, como refletir sobre a percepção a respeito do romance de formação e da participação feminina na vida literária e social brasileira, de modo a lançar luz sobre as narrativas produzidas por mulheres no período do chamado romance de 30.