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No Brasil, o artista italiano Angelo Agostini fez carreira como cartunista publicando inúmeras charges e caricaturas de figuras políticas do Segundo Reinado. Em 1864, fundou o Diabo Coxo, o primeiro jornal ilustrado publicado em São Paulo, com textos do poeta abolicionista Luís Gama. Foi pioneiro no gênero no país e em 1869 criou As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte, considerada a primeira história em quadrinhos brasileira e uma das mais antigas do mundo. A tirinha contava a história de um caipira que se muda para a cidade do Rio de Janeiro e fica chocado com a civilização meio rural, meio urbana, sendo uma caricatura dos costumes daquela época. Esta história foi tão importante que em 1984, 30 de janeiro foi definido como o "Dia do Quadrinho Nacional", e o prêmio dado aos melhores cartunistas, pela Associação dos Quadrinhistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo, tem o nome de "Prêmio Angelo Agostini”.
Agostini fundou ainda, em 1 de janeiro de 1876, a Revista Illustrada, um marco editorial no país à época. Nela criou o personagem Zé Caipora (1883), que foi retomado em O Malho e, posteriormente, na Don Quixote. A Revista infantil O Tico-Tico, que circulou de 1905 a 1977, foi a primeira a publicar os quadrinhos no Brasil e, além das histórias infantis e passatempos, incluiu temas da História do Brasil e contos literários em capítulos seriados.
O embrião das histórias em quadrinhos foram as sátiras políticas publicadas em jornais e revistas com caricaturas acompanhadas de comentários ou pequenos diálogos. Mais tarde esse recurso deu origem aos "balões", recurso gráfico para indicar a fala de cada personagem (daí os italianos as definirem como "fumetti" – pois os balões lembram uma fumaça saindo da boca dos interlocutores). A primeira obra oficialmente reconhecida como história em quadrinhos, no Festival Internacional de Banda Desenhada da cidade de Angoulême (França), foi o livro Les Amours de monsieur Vieux Bois (“Os Amores do Senhor Jacarandá”, no Brasil) de Rodolphe Töpffer, publicado em 1827. Na ocasião, seus trabalhos foram denominados littérature en estampes (literatura em gravuras) e histoires en estampes (histórias em gravuras).
A 46ª edição do Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême, em janeiro de 2019, trabalhou a intensificação das políticas públicas em favor dos quadrinhos, cujo primeiro passo foi tornar 2020 um ano dedicado a quadrinhos em todas as regiões e para todos os públicos. A partir de 30 de janeiro de 2020, durante a 47ª edição do festival internacional de quadrinhos de Angoulême e por um ano inteiro, estão previstos eventos em toda a França e outras partes do mundo. A Cidade Internacional de Quadrinhos e Imagens (CIBDI) na França está desenvolvendo, como parte do BD 2020 (Bande Dessinée 2020), um programa rico e variado com inúmeras exposições organizadas dentro do museu de quadrinhos. Em Portugal ocorreu no início de março A Coimbra BD – Mostra Nacional de Banda Desenhada e no Brasil foi programada a Bienal de Quadrinhos, prevista para agosto em Curitiba, e o Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), em Belo Horizonte, adiado por conta da pandemia de Coronavírus.