Há 103 anos, Brasil começava a entrar na 1ª Guerra Mundial

sexta-feira, 3 de abril de 2020.
Notícia
Primeira Guerra Mundial
A nação se une frente ao inimigo: “É necessário que se dissipem todas as divergências internas e que a nação apareça una e indivisível em face do agressor” (palavras do chefe da nação)

A Biblioteca Nacional lembra o dia 3 de abril de 1917, quando o navio brasileiro Paraná foi torpedeado e afundado por um submarino germânico no litoral da França. Este foi o estopim para que o presidente Wenceslau Brás (1914-1918) rompesse relações com a Alemanha dias depois. A política de neutralidade declarada no início da guerra teve o seu fim. A entrada do Brasil no conflito se deu em 26 de outubro do mesmo ano.

A imagem selecionada pertence à Divisão de Iconografia. É um cartaz em cromolitografia, publicado na Imprensa Nacional sem indicação de data, mas o contexto da imagem aponta para o momento da entrada do Brasil na guerra de 1918. A imagem de Raul Pederneiras (1874-1953), no entanto, aponta para outro conflito, nas entrelinhas. Diante das agruras do momento da guerra, marcado pela carestia, por um lado, e pelo fortalecimento do movimento operário, os conflitos de classe se acirram. A greve geral de 1917 em São Paulo e a onda de greves em 1918 são a manifestação da agitação social em que o país vivia. No cartaz, a elite e o povo dão as mãos sob a benção e proteção da imagem da República encarnada em uma mulher branca de barrete frígio (barrete da liberdade, usado pelos republicanos franceses que lutaram pela tomada da Bastilha em 1789). A conclamação pela união pelo artista Pederneiras demonstra que os conflitos deveriam ser superados em prol da união da nação contra o inimigo externo, assim como Aliados se reuniram contra os países do Eixo.