A Exposição Universal de Londres de 1851 e o Palácio de Cristal

sexta-feira, 1 de maio de 2020.
Notícia
Exposição universal, Palácio de Cristal, Crystal Palace, Londres, 1851, Modernidade, Arquitetura do Ferro e do Vidro, Fundação Biblioteca nacional
Em 1º de maio de 1851, foi inaugurada a Exposição Universal de Londres, primeira grande exposição universal realizada no século XIX. Designada oficialmente como “The Great Exhibition of the Works of Industry of all Nations”, a grande exposição das obras da indústria de todas as nações estendeu-se até outubro daquele ano.

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A Exposição Universal de Londres de 1851 e o Palácio de Cristal
A Exposição Universal de Londres de 1851 e o Palácio de Cristal

Uma exposição universal era um inventário das regiões do mundo e do conhecimento humano, contemplava o ‘novo’ e também o ‘exótico’. Participar da exposição era como existir sobre a face da Terra; percorrê-la era como dar uma volta ao mundo.

A Exposição Universal de Londres recebeu mais de seis milhões de visitantes, contou com a participação de 25 países e mais de 13 mil expositores. Estes exibiam produtos nacionais especialmente selecionados, que eram julgados por categorias. A premiação ou a simples participação de um produto na Exposição eram “méritos” que atestavam sua qualidade, sua distinção em relação aos similares disponíveis no mercado, méritos destacados nos anúncios publicitários da época.

“Bazar do mundo”, “centro da fraternidade universal”, “exposição cosmopolita da indústria”, “grande marco na estrada da civilização” foram algumas expressões usadas na imprensa para se referir à Exposição, onde era dado ao visitante o contato com os produtos que exemplificavam as maravilhas da arte, ciência e tecnologia.

A Exposição Universal pode ser vista de diversas formas. Como símbolo do poderio da Inglaterra vitoriana, vitrine onde se projetou sua imagem como potência industrial moderna, civilizada e sofisticada. Como exposição das inovações tecnológicas relacionadas às inúmeras atividades humanas, que possibilitou o intercâmbio de informações e o estabelecimento de redes comerciais e laços econômicos entre as nações. Ou ainda como um mapa em que tais nações, em diferentes estágios de desenvolvimento industrial, tinham seu lugar marcado segundo a ordem capitalista e eurocêntrica.

Pedro de Alcântara Lisboa, um brasileiro sócio efetivo da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, declarou que a Exposição Universal de Londres devia ser assinalada como um marco na história das relações internacionais. “Fechadas as portas de Jano” (isto é, em tempos de paz), as nações exibiam armas e munições para um novo combate, excitadas por um novo gênero de pólvora, a concorrência. (O Auxiliador da Indústria Nacional, setembro de 1851, http://memoria.bn.br/DocReader/302295/8071) Incumbido de fazer uma análise da Exposição, elaborou relatórios sobre as inovações apresentadas pelos países industrializados, assinalando o que seria proveitoso e adaptável ao Brasil.

 Para abrigar a Exposição Universal, foi construído no Hyde Park (Londres) um edifício arrojado, inteiramente feito de ferro, vidro e madeira, que ficou conhecido como Palácio de Cristal. Uma das mais importantes construções do século XIX, símbolo da arquitetura do ferro e do vidro, sinônimo de modernidade, o edifício foi projetado por Joseph Paxton. Os primeiros esboços, conservados no Victoria and Albert Museum (Londres), datam de 1850. O emprego de elementos padronizados pré-fabricados, produzidos em série, possibilitou a construção do edifício em apenas alguns meses.

A litogravura “The Crystal Palace at Sydenham” apresenta uma vista externa do Palácio de Cristal em Sydenham, Londres.

Após o término da Exposição Universal, o edifício construído em Hyde Park foi desmontado e começou a ser reconstruído em Sydenham em 5 de agosto de 1852. Muito maior do que o primeiro, tinha cinco andares em vez de três e, devido ao comprimento adicional, foram acrescentados dois transeptos para equilibrar o edifício. Em 10 de junho de 1854, foi reaberto ao público em uma cerimônia que contou novamente com a presença da rainha Vitória.

Em 30 de novembro de 1936, o edifício foi destruído por um incêndio, após 82 anos de atividades. Atualmente existem organizações como a Crystal Palace Foundation e o Crystal Palace Museum empenhadas em manter viva a memória do Palácio de Cristal.

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