Leonardo da Vinci, o gênio

sábado, 2 de maio de 2020.
Notícia
Leonardo da Vinci, Da Vinci, artista, Fundação Biblioteca nacional
“Verdadeiramente admirável e celeste foi Da Vinci...Que a natureza quis favorecer tanto que, para onde quer que dirigisse seu pensamento, cérebro e ânimo, mostrou tanta divindade em suas coisas que, para dar a perfeição de prontidões, vivacidade, bondade, encanto e graça, nenhum outro se assemelhou a ele...”-assim inicia Giorgio Vasari(1511-1574) comentário sobre Leonardo Da Vinci.

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Gravura em metal de Giuseppe Cades (1750-1799), artista italiano - pintor, escultor, desenhista e gravador, encomendada por Catarina II da Rússia.
Gravura em metal de Giuseppe Cades (1750-1799), artista italiano - pintor, escultor, desenhista e gravador, encomendada por Catarina II da Rússia.

Leonardo nasceu no dia 15 de abril de 1452 em Anchiano, próximo a Vinci, e a 30km de Florença, onde passou a residir a partir de 1476, cidade regida pelos Médici. Aparentemente, mostrou suas inclinações artísticas bem cedo, pois por volta de 16 anos ingressou como aprendiz no atelier de escultura, ourivesaria e pintura de Andrea Verrochio. Morreu em 2 de maio de 1509, na França.

Aos 20, já estava inscrito na Companhia de São Lucas dos pintores florentinos. Mais tarde mudou-se para Milão, onde o esperavam projetos na corte de Ludovico Scorza. Aí permaneceu por 17 anos. Embora tenha executado seis quadros, dentre eles A Virgem dos rochedos e A última Ceia, o projeto mais ambicioso, que lhe consome 12 anos, seria o da estátua equestre de Francesco Sforza. Esta escultura acabou por não ser concretizada em virtude da guerra iminente - Milão foi invadida por tropas francesas - que precisava de metal para execução de canhões.

Leonardo realizou viagens pelo país como engenheiro geral e arquiteto militar. De volta a Florença, iniciou um período de estudos científicos, participando inclusive de autópsias buscando entender estrutura e funções do corpo humano. Estudou ainda o vôo dos pássaros e os movimentos e propriedades da água e do ar.

Passou seus últimos anos na França onde recebeu o título de Primeiro pintor, arquiteto e engenheiro do Rei e se dedicou a editar seus estudos, um tratado de pintura e outro de anatomia. As obras, assim como os cadernos de Leonardo onde realizou tratados e projetou o futuro desvelam esse gênio sempre muito além do seu tempo.

A Biblioteca Nacional realizou, sob brilhantes curadoria e co-curadoria de Marco Lucchesi e Mônica Carneiro, a exposição Alma do Mundo, Leonardo 500 anos, inaugurada a 24 de outubro de 2019, cujas obras e textos podem ser apreciados na BNDigital, na exposição virtual sob o link: http://bndigital.bn.gov.br/exposicoes/alma-do-mundo-leonardo-500-anos/de...

Leonardo viveu no castelo de Amboise, no vale do Loire, França, até sua morte; seu túmulo está localizado na capela de Saint-Hubert do castelo. O rei Francisco I, mecenas do artista, aparece em destaque na imagem, amparando o moribundo Leonardo. Na verdade, no dia da morte de Leonardo, consta que o rei Francisco I estava no castelo de Saint-Garmain-en-Laye, no Sena, para celebrar o nascimento de seu segundo filho. Na gravura são retratados ainda os artistas Andrea del Sarto, Rosso Fiorentino e Benvenuto Cellini.

Há um desenho preparatório para essa gravura no acervo no Ashmolean Museum, em Oxford e a matriz em cobre encontra-se na Calcografia Nacional de Roma.

 A Biblioteca Nacional possui várias obras sobre Leonardo para as quais a exposição supracitada oferece excelentes referências. Como exemplo, o

Trattato della pittura di Lionardo da Vinci nuovamente dato in luce, colla vita dell'istesso autore, scritta da Rafaelle Du Fresne. Si sono giunti i tre libri della Pittura, ed il trattato della Statua di Leon Battista Alberti, colla Vita del medesimo, e di nuovo ristampato, corretto, ed a maggior perfezione condotto.

(Texto: Seção de Iconografia)