Acervo da BN | Rendeiras de bilros

quinta-feira, 25 de junho de 2020.
Notícia
Renda de Bilro, rendeiras de Bilro, Fundação Biblioteca nacional
As rendeiras, em sua grande maioria, são mulheres que vivem em regiões litorâneas, em pequenas comunidades e com grande devoção aos traçados. A produção de peças em renda, além da prática do artesanato, é uma tradição mantida por gerações, fonte de sustento e manutenção de uma cultura local.

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Ilustrações originais da obras "A renda de bilros e a sua aculturação no Brasil", escrita por Arthur Ramos e sua esposa Luísa Ramos
Ilustrações originais da obras "A renda de bilros e a sua aculturação no Brasil", escrita por Arthur Ramos e sua esposa Luísa Ramos

A renda de bilros é produzida sobre uma almofada, o enchimento é feito por materiais como serragem, algodão. A almofada é a base para o trabalho da rendeira e deve estar bem apoiada em um material de madeira. E por cima da almofada ficam os moldes que serão traçado com os bilros. Os bilros são objetos de madeira nos quais as linhas são enroladas, para a execução dos traçados.

A renda de bilros, historicamente, é produzida em diversas regiões do mundo. Acredita-se que primeiros pontos de bilros foram iniciados na Europa, no final do século XV em países como Itália, França, Inglaterra. No livro: “A renda de bilros e sua aculturação no Brasil”, publicado por Luiza e Arthur Ramos, em 1948 é uma das principais obras brasileiras debruçadas sobre o tema. A pesquisa realizada aponta que a renda de bilros chegou ao Brasil através de costumes portugueses. A arte teria surgido em Portugal em 1560 e ficou restrita aos conventos servindo a ornamentação litúrgica e, posteriormente, a prática foi ampliada entre as mulheres da região.

No Brasil, a renda de bilros trazida pelas mãos de mulheres portuguesas que vieram morar na colônia, era uma tarefa inclusa às atividades domésticas. Provavelmente, o fazer foi repassado a outras mulheres, escravizadas, que expandiram a confecção das rendas.  As rendeiras brasileiras estão espalhadas em vários estados, em especial, no Nordeste, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A renda é um patrimônio de nossa cultura e uma das questões latentes é o receio de que a tradição seja esquecida, considerando o pequeno número de novas rendeiras, seja pelo êxodo das cidades pequenas ou o interesse por outras atividades.

A fotografia em destaque é custodiada pela Divisão de Manuscritos e pertence a um conjunto com mais quatro imagens. As fotos são [ilustrações originais da obras "A renda de bilros e a sua aculturação no Brasil", escrita por Arthur Ramos e sua esposa Luísa Ramos, com imagens de mulheres rendeiras e das características das rendas.].

Veja abaixo:

http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mss98...

http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mss98...

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[Carta a Arthur Ramos fazendo referências ao livro "Renda de Bilro", informa que fez pedido à Diretoria do Instituto Industrial Feminino Visconde de Mauá para que proteja e auxilie as rendeiras, exploradas pelas casas comerciais e que foi convidado por Anísio Teixeira para chefiar a seção de estudos de Antropologia e Ecologia]

http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mss13...

(Seção de Iconografia)