Em 1821 fundou, ao lado de Joaquim Gonçalves Ledo, o “Revérbero: Constitucional Fluminense”, periódico que inicialmente defendia a conservação de um reino unido, evoluindo, posteriormente, para a defesa de um projeto nacionalista em prol da emancipação política do país. Contribuiu com biografias e estudos para a Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB, instituição da qual foi o autor da proposta da fundação em 1838 e onde ocupou o cargo de primeiro secretário perpétuo. Muitas de suas obras, como A Rusga da Praia Grande e Os Garimpeiros, satirizavam figuras políticas do império e muitas dessas acabaram perdidas em arquivos nacionais e bibliotecas. Em grande parte dos trabalhos sobre historiografia do Brasil, a figura de Januário da Cunha Barbosa é mencionada por promover investigações e relatórios científicos sobre as diversas regiões da nação.
Januário Barbosa chegou a romper com o governo imperial e foi brevemente exilado, punição essa depois considerada uma injustiça. Ao retornar à Corte, voltou a apoiar D. Pedro I, que o condecorou com a Ordem do Cruzeiro e o nomeou para dirigir a Tipografia Nacional e o Diário Fluminense, órgão oficial do governo. Foi ainda deputado na primeira Assembléia Legislativa do Brasil, entre 1826 e 1829, representando a Província do Rio de Janeiro, e ainda assumiu um segundo mandato, não terminado, em 1845.
Uma façanha importante em seu currículo foi o cargo de Bibliotecário – o posto mais alto da Biblioteca Pública da Corte, atual Biblioteca Nacional. Tomou posse em 5 de novembro de 1839 e logo tratou de elaborar um diagnóstico das necessidades da instituição. Lutou para que a Biblioteca dispusesse de prédio mais adequado, posto que à época ocupava apenas o andar superior do prédio do Hospital da Ordem Terceira do Carmo. Reivindicou ainda o restabelecimento da Oficina de Livreiro e Encadernador, que havia funcionado anteriormente e se encontrava desativada, e manifestava preocupação de que as obras fossem encadernadas fora da instituição. Questionou também a clara falta de pessoal para trabalhar na Biblioteca. Solicitou constantemente que obras mais modernas fossem adquiridas, já que havia obras clássicas em abundância e se carecia de publicações mais recentes. Atualmente, o acervo de Manuscritos da Biblioteca Nacional conta com importante documentação acerca de seu mandato.
Januário da Cunha Barbosa faleceu durante o exercício do cargo, em 22 de fevereiro de 1846, sendo substituído por José de Assis Alves Branco Moniz Barreto.
(Rodrigo Basile)