Personagens da Biblioteca Nacional – Raul Pompéia

quarta-feira, 17 de junho de 2020.
Notícia
Raul Pompeia, Personagens da Biblioteca Nacional, Fundação Biblioteca nacional
Raul de Ávila Pompeia nasceu no dia 12 de abril de 1863, em Jacuecanga, no município de Angra dos Reis (RJ). Seus pais eram o advogado Antônio de Ávila Pompeia e a dona-de-casa Rosa Teixeira Pompeia. Com a mudança de sua família para o Rio de Janeiro foi interno no abastado Colégio Abílio, sendo um aluno aplicado e dedicado à leitura, além de um bom desenhista e caricaturista. No internato, redigiu e ilustrou – de próprio punho – o jornalzinho “O Archote”. Em 1879, estudou no Colégio Pedro II e publicou, no ano seguinte, o seu primeiro livro, “Uma tragédia no Amazonas”.

Mudou-se para São Paulo, no curso de Direito da Faculdade do Largo São Francisco. Conheceu Luís Gama e se envolveu com as causas abolicionista e republicana. Ainda em São Paulo, colaborou com Luís Murat, Raimundo Correia, Fontoura Xavier, Valentim Magalhães e Teófilo Dias, na criação de diversas gazetas.
Retornou ao Rio de Janeiro e tornou-se redator em vários jornais, com destaque para o “Gazeta de Notícias”, onde publicou, em 1888, uma de suas obras mais consagradas – “O Ateneu: crônica de saudades” – considerado um representante do Impressionismo no Brasil. Escreveu ainda sob pseudônimos, como Pompeo Stell, Raulino Palma e Rapp.
Com a abolição da escravidão – em 1888 – Pompeia passou a se dedicar mais à causa republicana e em 1890 esteve muito ativo nos debates políticos dos anos iniciais da República. No mesmo ano assumiu o cargo de secretário da Academia de Belas Artes e no ano seguinte passou a lecionar na Escola Nacional de Belas Artes. Em 1893, a publicação de sua charge “O Brasil crucificado entre dois ladrões”, lhe rendeu severas críticas – lideradas por Olavo Bilac – pois teceu ataques ideológicos aos ingleses e portugueses.
Em 1894, o presidente Floriano Peixoto o nomeou diretor da Biblioteca Nacional. Em sua gestão, a instituição estabeleceu uma parceria com o Ministério de Relações Exteriores para o levantamento e a cópia de material referente às questões territoriais brasileiras e suas fronteiras com países vizinhos. Após um inflamado discurso defendendo Floriano Peixoto em seu enterro, foi demitido da direção da Biblioteca Nacional, pelo então Presidente da República – Prudente de Morais –, que considerou ofensivas as suas colocações. Seu posicionamento ainda lhe rendeu atritos com Luís Murat – um velho amigo –, que escreveu um artigo chamado “Um Louco no Cemitério”.
Descontente, amargurado e sentindo-se humilhado pela indiferença dos jornais em lhe dar espaço para uma resposta, suicidou-se – com um tiro no coração – na noite de natal do dia 25 de dezembro de 1895. Deixou um legado de várias crônicas, cantos e poemas, além de três romances. A maior parte de sua produção literária ficou nos jornais em que colaborou. Pompeia foi escolhido por um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras – Domício da Gama – para ser o patrono da cadeira n. 33 da instituição.

Para ler o romance “O Ateneu: crônica de saudades”, acesse:
http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_obrasraras/bndigi...

Para ler o primeiro livro de Raul Pompeia, “Uma tragédia no Amazonas”, acesse:
http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_obrasraras/or1440...

Para conhecer um pouco mais sobre Raul Pompeia, acesse o dossiê digital “Biblioteca Nacional – 200 Anos”:
http://bndigital.bn.gov.br/dossies/biblioteca-nacional-200-anos/os-perso...

Para ler o “Jornal do Commercio (SP)”, periódico o qual Raul Pompeia foi colaborador, acesse:
http://memoria.bn.gov.br/DocReader/713074/1