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Solidarizamo-nos, pois, profundamente com familiares, amigos e colegas de profissão que padeceram o enterro de parentes e amigos, que sofreram com o isolamento e em razão dele, e ficamos à espera de que, no próximo ano, tenhamos toda a atividade, a saúde e a paz que nos faltaram. Deus há de nos ajudar e permitir fazer da Biblioteca Nacional a casa da Cultura por excelência.
Foi um ano duro; as adversidades nacionais e internacionais, contudo, não nos impediram de fechá-lo com um aliviado suspiro de missão cumprida. Mesmo com a atuação presencial limitada por todas as restrições sanitárias que a Covid-19 sem aviso nos impôs, a Biblioteca Nacional soube driblar obstáculos. E avançou.
1) Cumpriu sua agenda de projetos no formato digital, em muitos casos pela primeira vez e graças a inúmeros esforços e adaptações de última hora, a exemplo do Prêmio Camões e dos Prêmios Literários BN.
2) Estreitou laços com a Biblioteca Nacional Doutor Mariano Moreno da República da Argentina a fim de prosseguir com o Projeto Biblioteca Virtual Pedro de Angelis; com o governo da Irlanda visando a uma parceria de calendário cultural; e com instituições consolidadas Brasil afora nas esferas cultural, educacional, militar e política, a exemplo do IPHAN e do CBMERJ, com os quais foi possível firmar acordo definitivo a respeito das obras de prevenção e combate a incêndio, já em andamento, graças a recursos enviados pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública através do FDD.
3) Participou do "Foro Internacional Colecciones Patrimoniales", organizado conjuntamente pela Biblioteca Nacional do México e pela Associação de Estados Ibero-americanos para o Desenvolvimento das Bibliotecas Nacionais da Ibero-América (ABINIA), do Encontro Internacional de Preservação e Memória, o Preserva.Me 2020, evento promovido pelo Centro de Memória da Eletricidade, entre outros, nacionais e internacionais.
4) Fez acordo com a Rede Cariniana em prol da preservação digital.
5) Ampliou e consolidou sua presença nas Redes Sociais (Facebook, Instagram e Twitter).
6) Expandiu o acesso à BNDigital, que teve mais de 100 milhões de visualizações em 2020.
7) Atendeu por volta de 5.000 pesquisadores à distância; atualizou mais de 125.000 registros em bases de dados; produziu mais de 500 posts para as redes sociais, e participou de mais de 600 cursos de aprimoramento, com 1500 inscrições.
8) Promoveu e organizou as atividades da Comissão de Avaliação dos Projetos de Pesquisa para concessão de bolsas/PNAP 2000, da Comissão de Dados Abertos, da Comissão de Ética da BN, da Comissão Editorial para Dossiês da Digital, da Comissão Interna de Avaliação do Prêmio Literário BN 2020, do Conselho Consultivo dos Anais da BN, do GT do Bicentenário da Independência do Brasil, da Comissão de Avaliação das Propostas para Coedição de Livros, sem ônus para a BN.
9) Deu andamento à elaboração de manuais internos, à atualização de normas internas e outros grupos de estudo.
10) Promoveu a VI Jornada de Pesquisadores. No evento, diversos pesquisadores que utilizam o acervo da instituição como fonte para estudos apresentaram os resultados das investigações a que se têm dedicado. A Jornada foi transmitida ao vivo pelo canal da FBN no Youtube.
11) Criou o programa ‘200 da Independência’: lives da Fundação Biblioteca Nacional que fazem parte do programa de ações para o Bicentenário da Independência do Brasil, a se comemorar especialmente em 2022. São eventos ao vivo, produzidos na Internet, e que passaram a fazer parte do cotidiano de muitas pessoas ao longo da quarentena, com a presença de pesquisadores e escritores renomados, e de servidores da casa.
12) No contexto atual, em que os serviços digitais têm adquirido cada vez maior importância na vida dos cidadãos, a Biblioteca Nacional ainda presenteou o público com uma série de três lives ensinando a audiência a usar a Biblioteca em sua residência, apresentando de forma didática os serviços que remotamente oferece e os meios de os acessar.
Para os próximos 2 anos, a Fundação Biblioteca Nacional conta com a ação do Governo Federal para (i) reverter o quadro atual de sua Tecnologia da Informação, a fim de modernizar procedimentos há muito desatualizados, como os do Escritório de Direitos Autorais; (ii) adquirir os equipamentos necessários à digitalização do acervo; (iii) pôr em execução a agenda especial da BN voltada às celebrações dos 200 anos da Independência do Brasil, entre outras demandas urgentes ligadas ao quadro de servidores e ao aperfeiçoamento de seus processos, instalações e atividades públicas.
Durante o ano de 2020, período da pandemia da COVID-19, exigiu-se tremendamente da infraestrutura de TI. As solicitações para os serviços de pesquisa via remota aumentaram exponencialmente, e a isso se acrescente o aspecto técnico, uma vez que a digitalização também representa preservação e segurança das coleções da Biblioteca. O efeito imediato é um problema. Aparece no horizonte o risco de perder dados, assim como o de desacelerar o processo de digitalização e disponibilização de conteúdo gratuito on-line. Além dos gestores e servidores da Biblioteca Nacional, parceiros institucionais são impactados, principalmente o grande público leitor e pesquisador. Almeja-se, então, dotar a Biblioteca de amplos recursos tecnológicos, ao propósito de salvaguardar a vastidão e a preciosidade de seu acervo, possibilitando cada vez mais o acesso livre e democrático ao conhecimento. A modernização e a ampliação da capacidade instalada de Tecnologia da Informação promoveriam a difusão cada vez maior de materiais livres e gratuitos, missão institucional da Biblioteca. O objetivo do governo em relação ao problema vincula-se à modernização de um equipamento cultural singular do país, cujo raio de ação se estende ainda, e de modo considerável, ao campo educativo. Uma vez obtidos os recursos, sua operação imediata possibilitará a produção de backups, armazenamento com segurança e um atendimento mais eficaz à demanda que sempre cresce. Considerando o caráter transversal da Tecnologia da Informação, serão mobilizadas ainda todas as áreas fins, em especial a liderança da rede BNDigital, e também a área administrativa.
A despeito das dificuldades, que todos temos enfrentado, os dados atestam que os resultados foram surpreendentemente positivos neste ano atípico, de crise pandêmica e reclusão.
Gostaríamos de agradecer à Diretoria-Executiva, aos Diretores, à Procuradoria, à Auditoria Interna e aos coordenadores, que tanto se esmeraram em manter a casa em funcionamento e em ordem.
Agradecemos aos servidores e colaboradores pelo empenho e pela dedicação, pela unidade de objetivos e pelos esforços voltados a que a Biblioteca Nacional cumpra sua missão em meio às dificuldades dos dias correntes.
Agradecemos também à Secretaria Especial de Cultura, ao Ministério do Turismo e ao Presidente da República, por sempre nos apoiarem em cada decisão difícil, e por não permitirem que nos faltassem os recursos necessários para vencermos os desafios que tivemos que enfrentar, permitindo-nos aprimorar a nossa maior e mais antiga Biblioteca, que entra com altivez no século XXI.
Fica a expectativa de um ano melhor, do ponto de vista da Saúde Pública, e de grandes obras a entregar, com as modernizações que atualmente se negociam e os cuidados especiais com o valioso acervo desta nossa Biblioteca Nacional.
Muito obrigado a todos. E que as felicidades do novo ano remediem as tristezas do que já passou.
RAFAEL ALVES DA SILVA
Presidente
