cobertura-7864-aline-paz.jpg
Com um caminho acadêmico traçado pela música, a pesquisadora Aline da Paz busca histórias perdidas de mulheres que, no final do século XIX e início do século XX, estiveram nos palcos e nas instituições educacionais atuando como musicistas, tendo como fonte principal os acervos da Hemeroteca.
Nesse processo, muitas histórias já puderam ser desveladas, histórias nunca antes contadas e apagadas pelo percurso da História.
Um dos seus focos é o Instituto Nacional de Música.[1] Criada como um desdobramento do Conservatório de Música (1848-1890), a instituição, que ganhou este nome após a proclamação da República, tinha entre seus ideais promover uma educação musical que alçasse o Brasil ao nível das potências da música européia.
Apesar de a educação formal no período apontar para uma maioria masculina, os dados levantados pela pesquisadora sobre o Instituto apresentam, entre 1890 e 1915, as mulheres como a maior parte dos discentes, chegando em 1906 a 651 mulheres e somente 96 homens.
Foi neste cenário que a pesquisadora já pôde levantar nomes e imagens de centenas de mulheres musicistas, e, a partir deles, dezenas de histórias de carreiras proeminentes que, apesar de esquecidas, permearam e influenciaram a História da Música no Brasil.
Aline da Paz é Doutora em música e mestre em Educação Musical pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Já coordenou projetos educacionais na área de música para a rede pública e atualmente é professora das redes pública e privada, onde atua como professora de música nos anos iniciais. Sua pesquisa, desde o período da graduação, tem como foco as mulheres musicistas do final do século XIX e inicio do século XX.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9084980106440359
[1] O Instituto Nacional de Música (1890-1937) tornou-se a Escola Nacional de Música em 1937, quando foi agregada à Universidade do Brasil. Em 1965, passou a se chamar Escola de Música da UFRJ, por meio do Decreto nº 4.759 que instituiu a Universidade Federal do Rio de Janeiro.