20 de novembro: Dia Nacional de Zumbi e Dia da Consciência Negra

Você sabia?

Apesar de o dia 20 de novembro ser comemorado há mais de 30 anos por ativistas do movimento negro, somente em 2003 a data foi incluída no calendário escolar nacional. Já em 2011, por meio da Lei 12.519, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra foi, finalmente, instituído.

Segundo alguns estudiosos, Zumbi nasceu em 1655, no Quilombo dos Palmares, atual estado de Alagoas. Ainda recém-nascido, teria sido feito prisioneiro e dado como presente ao padre Português Antônio Melo, que o batizou de Francisco. Em 1670, contudo, aos 15 anos de idade, Francisco fugiu para Palmares, onde foi rebatizado de Zumbi.

No Quilombo, Zumbi conheceu Dandara, mulher que, quando adulta, liderou as falanges femininas do exército negro palmarino na luta contra o sistema escravocrata. Em 1678, Ganga Zumba, líder de Palmares, aceitou um acordo de paz proposto pelos portugueses para que mudassem para outras terras. O acordo, entretanto, desagradou a muitos, fazendo com que a liderança do Quilombo passasse a ser exercida por Zumbi.

No início de 1694, o governo português realizou várias investidas, sem êxito, contra o Quilombo. Na noite de 6 fevereiro do mesmo ano, abriram fogo contra a fortaleza de Macaco, espécie de capital dos Palmares. Um grande número de quilombolas foi assassinado nessa noite, mas Zumbi escapou com vida.

Em 1695, Antônio Soares, homem de confiança de Zumbi, foi capturado e torturado para delatar o esconderijo de seu líder. No dia 20 de novembro de 1695, sob ameaça, Soares encontrou Zumbi na Serra de Dois Irmãos, onde o apunhalou. Neste momento, o grupo de Bandeirantes que se escondia nos arredores invadiram o esconderijo e assassinaram os companheiros do quilombola.

Em 1983, o deputado José Miguel (http://bit.ly/2f8drws), líder do Movimento Negro do Rio de Janeiro, apresentou um projeto de lei autorizando o Poder Executivo a erigir um monumento dedicado a Zumbi dos Palmares (http://bit.ly/2fkIXVZ). Três anos depois, o antropólogo e político Darcy Ribeiro apresentou a proposta definitiva para o monumento a Zumbi, baseada numa escultura nigeriana produzida em bronze que retrata a cabeça de Oni, rei de Ifé – cidade onde se acredita que o povo iorubá se originou. O monumento foi inaugurado no dia 20 de novembro de 1986.

 

Os pesquisadores responsáveis pelo projeto da escultura estiveram na Biblioteca Nacional, onde consultaram documentos da coleção Arthur Ramos, conjunto que acaba de ser contemplado com o título Memória do Mundo da UNESCO. A obra consultada, um recorte de revista com dedicatória do autor à Arthur Ramos, apresenta imagens de esculturas nigerianas, estando, entre elas, a imagem de Oni, selecionada para o monumento à Zumbi, na Praça Onze.

 

Referências

CARDOSO, Marcos Antônio. Zumbi dos Palmares. Belo Horizonte: Mazza, 1995. 27p., il., 21cm. Bibliografia: p. 27. ISBN 8571600619 (broch.).

HENRIQUE, Kleber. Dandara: a face feminina de Palmares. In: Cuca Livre, 29 ago. 2007. Acesso em 8 nov. 2016. Disponível em: < http://jornalcucalivre.blogspot.com.br/2007/08/dandara-face-feminina-de-....

Obra consultada pelos pesquisadores

BASCOM, William Russel. The legacy of na unknown nigerian “Donatelo” : the simple beaty of the mysterious bronze heads recently discovered at Ife. In: The Illustrated London News, Londres, p.592-594, 8 abr. 1939.

 

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