As fontes documentais nos relatos e descrições de viagens do mineralogista José Vieira Couto: os caminhos para as minas e a Estrada Real (século XIX)

Janeiro, 2007
Flávia Roncarati Gomes
Pesquisa
Relatos de viajantes, Estrada Real

Nos inícios do século XVIII a documentação escrita sobre as minas de ouro e de prata, existentes no território brasileiro, era composta, algumas vezes, por relatos de viagens e registros cartográficos que continham informações sobre os roteiros dos caminhos para as minas, assinalando os postos de controle, quartéis, acidentes geográficos e passagens dos rios.

Com a transferência da Família Real portuguesa para o Brasil, sendo o desembarque no Rio de Janeiro em março de 1808, e a abertura dos portos às nações amigas, em 1809, o século XIX teve como característica a acolhida de inúmeros viajantes europeus, destacando-se entre eles, Carl Friedrich von Martius, Johann Baptist von Spix, Johann Moritz Rugendas, Johann Emanuel Pohl, Thomas Ender, Wilhem Ludwig von Eschwege, Auguste de Saint- Hilaire, John Mawe, Richard Burton e José Vieira Couto, entre outros. Esses viajantes, a serviço do Estado português ou por vontade própria, seguiram os caminhos para as minas, com o intuito de descrever, em seus relatos de viagens, o perfil deste território, edificar caminhos e rotas, descobrir as minas de ouro, prata e pedras preciosas, e conhecer a natureza e suas riquezas.

O descobrimento do ouro das Minas Gerais (denominação dada ao distrito correspondente à parte da bacia do alto rio Doce) contribuiu para a abertura dos chamados caminhos reais para as minas, alcançando primeiramente as regiões de Sabará, Ouro Preto e Piranga, e as cabeceiras dos rios das Velhas, das Mortes e Doce.

Este trabalho tem como finalidade expor as descrições e os relatos de viagens produzidos nos inícios do século XIX pelo mineralogista José Vieira Couto (1752-1827), brasileiro, nascido no Tejuco (Diamantina, Minas Gerais). Ao percorrer as trilhas e estradas para as minas, V. Couto compilou várias informações que foram usadas para compor os seus relatos e descrições de viagens, que descrevem, sobretudo, as características do território, do clima e das produções metálicas da capitania de Minas Gerais.

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