Aristocracia negreira na construção do Brasil: o comércio proibido de africanos e a nobreza imperial pelas páginas da imprensa abolicionista

Dezembro, 2021
Thiago Campos Pessoa Lourenço
Pesquisa
Escravidão, tráfico de escravos, independência do Brasil, Periódicos

Bolsista Doutor

O projeto a seguir parte da perspectiva de que a independência do Brasil inaugurou um “Estado negreiro” escravista. Assim, afirmamos que o país recém-formado defendeu o comércio negreiro sob o signo do contrabando por meio das agências de suas elites dirigentes e da multifacetada classe senhorial brasileira. Um dos principais resultados desse processo foi a construção de uma aristocracia traficante, elemento silenciado pela coesão de classe habilmente conduzida pelos políticos saquaremas. O silêncio produzido pelo Estado imperial foi, entretanto, captado pelos jornais O Philantropo e O Grito Nacional publicados entre 1848 e 1858. Pretendemos explorar seus números que denunciaram o protagonismo daqueles que personificaram a íntima relação do Estado brasileiro com o contrabando de pessoas juridicamente livres.