Literatura e Imprensa no Brasil de fins do século XIX

Setembro, 2012
Marina Pózes Pereira Santos
Pesquisa
bolsista mestrando, Imprensa, Romance, Império, República, folhetim

Bolsista mestranda

Nos primórdios do governo republicano no Brasil, em março de 1890, período em que o novo regime se afirmava no cenário nacional, um esqueleto humano foi descoberto no Paço Imperial, sede do governo recentemente deposto. Essa descoberta teve grande repercussão na imprensa, gerando romances-folhetins que se inseriam nos movimentos pró-república da época, os quais associavam o governo republicano ao progresso e à civilização inexistentes no período imperial. Para isso, eles veicularam narrativas fantasiosas acerca do caso do esqueleto, especulando a respeito dos possíveis motivos para a ocorrência do incidente no Paço. Seus enredos mergulharam no passado imperial para revelar segredos e mistérios ocultos que justificassem a criação da nova ordem republicana. Dentro desse contexto, encontram-se os romances-folhetins O esqueleto: Mistérios da Casa de Bragança, pela Gazeta de Noticias, O esqueleto do Paço: história d’ além-túmulo, pelo Diario do Commercio, e Um crime do Paço Imperial, pelo O Estado de São Paulo. Na presente pesquisa, desenvolvida com o apoio institucional da Fundação Biblioteca Nacional, analisamos esses romances-folhetins, dando destaque para o entrelaçamento entre imprensa, vida política e literatura ao longo dos anos 1870 e 1890.