Negociantes, imprensa e poder: uma análise das disputas pela direção da Associação comercial do Rio de Janeiro (1889-1916)

Dezembro, 2014
Nivea Silva Vieira
Pesquisa
bolsista residente, Associação Comercial do Rio de Janeiro, Imprensa, Hegemonia, Periódicos

Bolsista Residente

Este trabalho consiste na investigação dos conflitos entre as frações da classe dominante que disputaram a direção intelectual e moral da Associação Comercial do Rio de Janeiro, entre 1889 e 1916. Com base nas categorias de análise desenvolvidas por Antonio Gramsci, este trabalho considera que a atuação da ACRJ corresponde a atuação de um partido no sentido ampliado. Para compreender como este “Partido dos Negociantes” conseguiu resolver as divergências internas, superar a fragmentação e permanecer dentro do bloco de poder, a pesquisa se debruçou sobre dois importantes jornais que auxiliaram as frações em disputa no interior da entidade. O Jornal do Commercio foi um importante colaborador das frações hegemônicas na ACRJ, atuando na divulgação e organização de sua visão de mundo. Enquanto o jornal Correio da Manhã foi o porta- voz das frações dissidentes, difundindo para toda a sociedade a cultura da fração comercial, no sentido estrito, defendendo em suas paginas a necessidade de mobilização politica desta fração. O trabalho concluiu que a aliança entre o capital financeiro com o Jornal do Commercio foi fundamental para a manutenção da hegemonia deste grupo ao longo do período pesquisado. Enquanto que o apoio do Correio da Manhã às frações não hegemônicas viabilizou a organização dos comerciantes para a disputa efetiva da direção do partido em 1916.