Anais da Biblioteca Nacional vol.139

Autor(es): 
diversos

É com orgulho que apresentamos mais um volume dos Anais da Biblioteca Nacional. O presente volume reúne artigos apresentados à Biblioteca Nacional no ano de 2019 e ligados à pesquisa e divulgação do acervo da Biblioteca Nacional. Conforme adentramos o começo do final da pandemia de COVID-19, a cronologia de publicação dos Anais encerra o registro do período imediatamente anterior à dita pandemia – estamos concluindo, portanto, um ciclo importante: o registro das atividades da Fundação Biblioteca Nacional antes da interrupção oficial de suas atividades presenciais em março de 2020. O próximo volume, de número 140, cobrirá os artigos produzidos no ano de 2020.

Conteúdo desta edição

Abrindo o volume, dois artigos exploram um âmbito da experiência humana que ficou vedado à maioria das pessoas durante a pandemia: a viagem. Amanda Danelli examina a evolução da literatura de viagem brasileira e as metanarrativas históricas presentes nas crônicas e guias de viagem. Isabella Perrotta, por sua vez, analisa em seu artigo o Guia do viajante no Rio de Janeiro, publicado originalmente em 1882 por Alfredo Valle Cabral, funcionário da Biblioteca Nacional, como versão local dos guias turísticos mais em voga que tematizavam as grandes cidades europeias e que haviam ignorado por completo a então capital imperial brasileira. Contamos, neste volume, com um bloco dedicado aos textos apresentados durante a II Jornada IFLA, realizada em 27 e 28 de novembro de 2018 pela Fundação Biblioteca Nacional, o Planor (Plano Nacional de Recuperação de Obras Raras) e a Seção de Livros Raros e Coleções Especiais da IFLA (Rare Books and Special Collections Section – RBSCS; International Federation of Library Associations and Institutions – IFLA), e cuja temática foi “O tráfico ilícito do patrimônio bibliográfico na América Latina e Caribe”. Estudos de caso históricos, como o artigo Os officios reversaes do Plenipotenciário da demarcação das fronteiras amazônicas usurpados pelo tráfico ilícito do patrimônio bibliográfico da América Latina e Caribe, de Robson Lima da Silva, Karine Canani de Oliveira e João Paulo Lopes da Cunha, examinam as evidências de subtração de documentos referentes à demarcação de fronteiras no Brasil do século XIX e as consequências dessa subtração para a segurança jurídica brasileira no processo de reivindicação das fronteiras de seu território. Outros artigos analisam os casos específicos de instituições contemporâneas e o modo como elas lidam com o roubo e tráfico de documentos e bens culturais, os problemas relativos à legislação específica e à cooperação interinstitucional e internacional. O bloco seguinte é de textos referentes ao XIII Enar (Encontro Nacional de Acervos Raros), realizado nos dias 29 e 30 de novembro de 2018 no Auditório Machado de Assis, no prédio-sede da Fundação Biblioteca Nacional. O tema do encontro foi “Políticas de segurança e salvaguarda de Acervos Raros e Especiais” – reiteração da temática escolhida para a Jornada IFLA. Fechamos o presente volume com o ensaio Conservação preventiva em processos de exposições: o caso do acervo Piranesi na Biblioteca Nacional, de Gilvânia Lima, chefe do Centro de Conservação e Encadernação da Biblioteca Nacional. Nesse artigo, a autora analisa as práticas adotadas pela FBN para garantir a preservação e a segurança dos acervos que são emprestados para fins de exposição, e adota como foco principal o acervo de gravuras de Giovanni Battista Piranesi (1720-1778), gravador de água-forte e arquiteto veneziano. No caderno de imagens que acompanha o artigo, trazemos a reprodução das 16 gravuras constituintes da série Carceri d’invenzione (“Prisões imaginárias”), na qual Piranesi imagina livremente prisões e espaços de confinamento e tortura na antiguidade romana, com muralhas, escadarias, colunatas, estátuas e maquinário de dimensões assombrosas, impressionistas e improváveis – o que teve, posteriormente, marcada influência sobre o romantismo e o surrealismo. Do desejo de viajar e abarcar o mundo (e do esforço de apresentar o Brasil ao mundo como extensão da Europa ocidental) ao imaginário obsessivo do confinamento, traição e tortura, passando pelas várias matizes do roubo e do tráfico de bens culturais, o acervo da Biblioteca Nacional segue em contato direto e dinâmico com as questões mais prementes da atualidade, como sói ocorrer nas instituições culturais basilares e imprescindíveis de qualquer país.

Hudson Rabelo e Pedro Asterito Lapera, editores. 

Características (título)

Ano de publicação: 
2021
Versão disponível: 
digital
Formato: 
; 17,5 x 26 cm
ISSN: 
0100-1922

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Anais da Biblioteca Nacional

Publicação mais antiga da Biblioteca Nacional (circula desde 1876), seu objetivo é apresentar o acervo da instituição – por meio, principalmente, de inventários, transcrições de documentos, estudos e pesquisas – e os conteúdos de atividades técnicas e culturais desenvolvidas anualmente, como seminários e ciclos de palestras.