Revista Poesia Sempre, ano 16, n.32 − Poesia contemporânea do Irã

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Diversos autores

“Temos a alegria de abrir este número com uma densa entrevista com Alfredo Bosi, onde se alteram a filosofia e a poesia, a religião e a música: toda uma rede universal, que vai de Dante a Leopardi, passa por Augusto Meyer e chega a Otto Maria Carpeaux. Os grandes desafios de todo um gabinete ocidental.

E passamos ao oriente.

A poesia clássica da Pérsia foi tema do número 14 da revista Poesia Sempre. Mas não chegava ao coração do século XX, detendo-se, muito embora, na luminosa figura do poeta Mohammed Iqbal. Fazia falta a moderna poesia do Irã, antes e depois de 1979. Kurt Scharf – um dos maiores iranólogos da Alemanha, amigo de muitos poetas e íntimo do persa e do português – preparou especialmente para esta edição um conjunto crítico e aberto da poesia contemporânea do Irã, cujo título deixa claro o recorte e a temperatura. Os poemas foram traduzidos do alemão por Juliana P. Perez, Mauricio Mendonça Cardozo e Viviane de Santana Paulo. Coube a um dos editores da revista, que conhece as três línguas, revisar os deslocamentos oportunos da tradução e compará-los com o original. Para completar o quadro, Abbas Maroufi, escritor de prestígio internacional, aborda uma parte essencial do cinema de poesia no Irã.

Na seção de contos, temos os delicados matizes de “Infância”, delicados e surpreendentes, de Edla van Steen, autora de relevo no campo da ficção e da dramaturgia de nosso país.

O caderno iconográfico reserva seu espaço aos poetas do Museu de Imagens do Inconsciente, do antigo Hospital Psiquiátrico Pedro II, hoje Nise da Silveira, cientista que revolucionou o estudo entre arte e inconsciente. Coube à lente sensível de Luiz Carlos Mello preparar para este número uma fascinante exposição, acompanhada de textos-chave, que trabalham lado a lado com as imagens, ora como legendas, ora como escritemas indiretos.

Depois da poesia inédita – que aponta novidades e reafirma o valor de autores consagrados – segue-se O Espelho da Tradução, em que se presta homenagem ao romeno Marin Mincu, detentor do importante Prêmio Herder, pelo conjunto de sua obra.

A Claudia Roquette-Pinto e Renato Rezende coube a curadoria, e a Lucas Osorio o projeto gráfico do dossiê “Grafite e poesia”, trabalho de alta densidade, que alcançou repercussão internacional em virtude de uma rara integração entre ética e estética, como ocorreu no Festival de Poesia de Berlim.

Da seção intitulada Ensaio e Poesia, ressaltamos o importante livro de Alberto da Costa e Silva, assim como a qualidade da obra reunida de Carlos Felipe Moisés e Majela Colares, além das páginas poéticas de Alberto Pucheu.

Pedro Vasquez, conhecido historiador e fotógrafo da arte, foi especialmente convidado a ilustrar, com a sutileza de seus estudos, as páginas desta revista.

Marco Lucchesi

(texto da apresentação)

Características (título)

Ano de publicação: 
2009

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