Revista Poesia Sempre, ano 17, n.33 − Hungria e Índice Geral

“A obra tentacular do poeta turco Ataol Behramglu é ilustrada na entrevista concedida a Duru Ors, em Istambul, a que segue o conhecido poema de Ataol, ‘Desenho uma Istambul sobre meu peito’. E, contudo, a dominante deste número é a poesia húngada, na densa apresentação do escritor português Ernesto Rodrigues, onde não falta a memória do mestre Paulo Rónai. Rodrigues realizou uma antologia preciosa, um modo de avançar na espessura da poesia daquele país. Pela fineza do trabalho e pelos cuidados estilísticos, decidimos manter o acento de Portugal, como se dá justamente com a obra de Saramago no Brasil.

Pelo caderno iconográfico responde um nome conhecido no circuito internacional da fotografia de arte, Riccardo Zipoli, poeta e professor de literatura persa, com um trabalho de releitura das fachadas de Venezaz, onde se vislumbram planos fascinantes e inesperados.

Laura Sandroni, escritora e estudiosa reconhecida, organizou um dossiê atrativo entre literatura e poesia infantil, com a riqueza de um approach seminal, de que participam também Luiz Antonio Aguiar e Maria Teresa Gonçalves Pereira.

Três belos contos de Ana Miranda, com múltiplas entradas e saídas, partem de sua delicada orquestra dos sentidos.

Os poeta Everardo Norões e Fábio Andrade organizaram a seção de inéditos, num percurso equilibrado onde se alternam surpresas e nomes conhecidos, sem transigir com a qualidade.

Os ensaios de Manuel Antônio de Castro, Roberto Vecchi e Henrique Marques Samyn recebem por razões intrínsecas aos textos o título geral de Metamorfoses.

Por fim, o índice geral da revista Poesia Sempre já se fazia esperado, abrangendo todas as edições anteriores a este número, cujo trabalho foi planificado e levado a bom termo por Valéria Pinto com base na pesquisa de Catarina Ferreira, Marta Correia e Marlon Magno Abreu de Carvalho.”

Marco Lucchesi

(texto de apresentação)