Uranófilo, o Peregrino Celeste ou os êxtases da mente urânica peregrinando pelo mundo das estrelas

Coedição: Fino Traço / EDUFBA / FBN

“Uranophilus” trata-se de um livro, a vários títulos, marcante para a história da cultura e da ciência. Escrito por um jesuíta morávio, um savant de dimensão europeia que a sorte quis que vivesse por longas décadas no Brasil seiscentista e aí ensinasse gerações de jovens  nos colégios de São Salvador da Bahia e de Olinda, “Uranophilus” é revelador do dinamismo cultural, mas, também, dos constrangimentos institucionais vividos entre os intelectuais jesuítas da segunda metade do século XVII. Talvez mais significativa, ainda, esta obra de Valentin Stansel materializa uma tradição intelectual, viva e original, que a historiografia de língua portuguesa muito demorou a reconhecer ao Brasil colônia.

A publicação, em boa hora, desta tradução para português do “Uranophilus” trata-se, portanto, de um acontecimento da máxima importância, não apenas para a historiografia da  cultura e da ciência – e, em particular dos países de tradição católica –, mas, sobretudo, para a historiografia e para a própria memória coletiva do Brasil. A leitura e o estudo de “Uranophilus” dar-nos-ão a conhecer uma dimensão até agora ignorada do Brasil colônia.  Queira a sua leitura suscitar estudos inovadores sobre o passado colonial do Brasil e encorajar novos projetos editoriais em tudo semelhantes a este que agora se publica.

A tradução de Carlos Ziller Camenietzki faz parte do PNAP-R - Programa de Residência em Pesquisa da Biblioteca Nacional - O Programa tem por objetivo fomentar a pesquisa no acervo da instituição, mediante a concessão de bolsas, por concurso, a doutores com mais de oito anos de titulação e perfil de produtividade e inserção acadêmica compatível com os requisitos para obtenção de Bolsa de Produtividade Nível 1 do Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa/CNPq. Os bolsistas residentes, ao final da pesquisa, devem entregar à instituição um original inédito em formato de livro. A bolsa de residência exige dedicação integral dos pesquisadores e os envolve em outras atividades da Biblioteca Nacional, como a formação de grupos de trabalho, a organização e participação em seminários e ainda a colaboração em exposições e publicações. Os bolsistas são apoiados por profissionais da instituição.

Mais informações sobre a pesquisa:

https://www.bn.gov.br/producao/documentos/uranofilo-peregrino-celeste