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![A escritora Albertina Bertha - Foto: Acervo Anna Faedrich. A escritora Albertina Bertha - Foto: Acervo Anna Faedrich.](https://antigo.bn.gov.br/sites/default/files/styles/large/public/imagens/noticias/2016/0219-exaltacao-romance-feminista-grande-sucesso-inicio/cobertura-2438-exaltacao-romance-feminista-grande-sucesso.jpg?itok=Kqsj0uPc)
Tal como o título Exaltação, a obra de Bertha fora aclamada pela crítica como um dos grandes sucessos literários do país na década de 1920, mas, paradoxalmente, com o passar dos anos acabou caindo no esquecimento. E foi abandonada nas estantes de sebos como obra rara e, é claro, nas prateleiras da Biblioteca Nacional, junto com os elogiosos comentários da crítica literária nos jornais de época. Segundo Faedrich, as obras de Albertina Bertha têm “teor místico, intimista, trilhando um caminho no qual se inserirão mais tarde outros escritores, a exemplo de Lygia Fagundes Telles e Clarice Lispector”.
Resultado de um contrato assinado pela Gradiva Editorial com a Fundação Biblioteca Nacional, por meio do Edital de Coedições sem Ônus, a nova edição da obra contará com apresentação, foto da autora, posfácio, cronologia e notas comentadas. O edital permanente de Coedições sem Ônus tem como objetivo divulgar, valorizar e ampliar o acesso ao patrimônio nacional protegido pela Fundação Biblioteca Nacional. O lançamento terá debate com a organizadora da edição e ex-bolsista do Programa Nacional de Apoio a Pesquisadores Residentes da Biblioteca Nacional, Anna Faedrich e com a editora e pesquisadora Ana Maria Lisboa de Mello e a presença da bisneta de Albertina Bertha, também escritora Beth Stockler.
O estudo sobre a obra da escritora Albertina Bertha veio à tona em projeto de mestrado de Anna Faedrich. Posteriormente, em 2015, Anna analisou a participação da escritora nos principais jornais e revistas da virada do século XIX para o XX, em pesquisa como bolsista residente da Fundação Biblioteca Nacional.
Entre as críticas recebidas por Albertina Bertha, na época em que seus escritos foram lançados, está a afirmação de que, entre as escritoras nacionais, “nenhuma merece mais o estudo acurado da crítica do que a Sra. Albertina Bertha”, como diz trecho transcrito do jornal O País, em 9 de setembro de 1920. O crítico Homero Prates continuava: “é um livro grave e másculo, substancioso e forte, absolutamente emancipado de todos preconceitos”. Para o Jornal do Commercio, de 5 de dezembro de 1925, “Albertina Bertha é, portanto, hoje, um dos nossos grandes nomes literários, escritora de formidável poder de expressão, romancista que sabe traduzir as ansiedades da alma humana.”
Debate
Anna Faedrich
Organizadora, doutora em Letras pela PUCRS e ex-bolsista do Programa Nacional de Apoio a Pesquisadores Residentes da Biblioteca Nacional
Ana Maria Lisboa de Mello
Editora, pesquisadora e professora da Faculdade de Letras da PUCRS
Marcus Venicio Ribeiro
Mediador, coordenador-geral do Centro de Pesquisa e Editoração da Biblioteca Nacional