Kátia Brasilino Michelan e os incunábulos da Biblioteca Nacional

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014.
Perfil
pesquisa, pesquisador
A historiadora Kátia Brasilino Michelan, pesquisadora da Fundação Biblioteca Nacional em sistema de residência pelo Programa Nacional de Apoio a Pesquisadores Residentes (PNAP-R), dedica-se atualmente ao estudo dos chamados incunábulos, os livros impressos até 1500, assim denominados por serem os primeiros livros produzidos após a primeira impressão por tipos móveis da Bíblia de 42 Linhas por Gutenberg (1398-1468), por volta de 1455, na cidade de Mogúncia.

cobertura-596-katia-brasilino-michelan-incunabulos.jpg

A linha de pesquisa de Katia na Biblioteca Nacional tem como objetivo traçar um panorama analítico da história da escrita a partir do advento da impressa
A linha de pesquisa de Katia na Biblioteca Nacional tem como objetivo traçar um panorama analítico da história da escrita a partir do advento da impressa.

Kátia pesquisa temas relacionados com história da escrita no final da Idade Média, desde os tempos de graduação na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP/Campus de Franca, sob a orientação da Profª Drª Susani Silveira Lemos França, o que se repetiu durante o mestrado e o doutorado.

A grande particularidade dos incunábulos é que eles buscaram dar continuidade às produções dos escribas, dessa forma, imitavam o formato e o conteúdo dos manuscritos. Segundo Kátia Michelan, alguns estudiosos afirmam que Bíblia de 42 Linhas, por exemplo, foi impressa com caracteres que reproduzem a escrita de missais manuscritos da região do vale do rio Reno.

A linha de pesquisa de Kátia na Biblioteca Nacional tem como objetivo traçar um panorama analítico da história da escrita a partir do advento da impressa e da importância dos incunábulos para tal história, além da elaboração uma breve nota histórica de cada um dos 216 títulos que fazem parte do Acervo. O mais antigo é uma edição da conhecida Bíblia de Mogúncia, impressa por Fust e Schoeffer, em 1462, da qual existem menos de 50 exemplares no mundo. Tais títulos são, em maior parte, obras de autores clássicos, como Sêneca, Cícero, Aristóteles, dentre outros; textos religiosos, como bíblias e missais e alguma literatura vernácula. Para a pesquisadora, a importância desse acervo se dá também, pois muitos dos incunábulos são oriundos da Biblioteca Real de D. João VI.

A Bíblia de Mogúncia, de 1462, está digitalizada e disponível na BN digital:

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_obrasraras/or813929.pdf

Para conhecer um pouco mais o trabalho da historiadora Kátia Brasilino Michelan, faça download gratuito de seu livro Um rei em três versões: a construção da história de D. Afonso Henriques pelos cronistas medievais portugueses. http://www.editoraunesp.com.br/catalogo/9788539301652,rei-em-tres-versoes-um.