Kátia pesquisa temas relacionados com história da escrita no final da Idade Média, desde os tempos de graduação na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP/Campus de Franca, sob a orientação da Profª Drª Susani Silveira Lemos França, o que se repetiu durante o mestrado e o doutorado.
A grande particularidade dos incunábulos é que eles buscaram dar continuidade às produções dos escribas, dessa forma, imitavam o formato e o conteúdo dos manuscritos. Segundo Kátia Michelan, alguns estudiosos afirmam que Bíblia de 42 Linhas, por exemplo, foi impressa com caracteres que reproduzem a escrita de missais manuscritos da região do vale do rio Reno.
A linha de pesquisa de Kátia na Biblioteca Nacional tem como objetivo traçar um panorama analítico da história da escrita a partir do advento da impressa e da importância dos incunábulos para tal história, além da elaboração uma breve nota histórica de cada um dos 216 títulos que fazem parte do Acervo. O mais antigo é uma edição da conhecida Bíblia de Mogúncia, impressa por Fust e Schoeffer, em 1462, da qual existem menos de 50 exemplares no mundo. Tais títulos são, em maior parte, obras de autores clássicos, como Sêneca, Cícero, Aristóteles, dentre outros; textos religiosos, como bíblias e missais e alguma literatura vernácula. Para a pesquisadora, a importância desse acervo se dá também, pois muitos dos incunábulos são oriundos da Biblioteca Real de D. João VI.
A Bíblia de Mogúncia, de 1462, está digitalizada e disponível na BN digital:
http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_obrasraras/or813929.pdf
Para conhecer um pouco mais o trabalho da historiadora Kátia Brasilino Michelan, faça download gratuito de seu livro Um rei em três versões: a construção da história de D. Afonso Henriques pelos cronistas medievais portugueses. http://www.editoraunesp.com.br/catalogo/9788539301652,rei-em-tres-versoes-um.