Foi nos jornais que Lobato (Taubaté, 1882 – São Paulo, 1948) fez sua estreia como escritor. Em 1918, ele se tornou editor da “Revista do Brasil”, que publicaria vários autores brasileiros, tais como Paulo Setúbal e Lima Barreto. Em 1920, publicou “A menina do narizinho arrebitado”, primeiro da série ambientada no Sítio do Picapau Amarelo. O ilustrador foi Voltolino, pseudônimo de João Paulo Lemmo Lemmi (1884 – 1926), colaborador da revista “O Malho” e criador do personagem Juò Bananére.
A tiragem foi grande para a época, e quinhentos exemplares foram enviados a escolas paulistas, o que favoreceu a ampla divulgação do livro. A ele se seguiram vários outros, e não tardou para que Narizinho, Emília, Pedrinho, o Visconde de Sabugosa e os demais personagens se tornassem conhecidos por milhares de crianças e famílias brasileiras. Hoje, após várias mudanças editoriais, a coleção conta com 23 títulos, presentes na formação de leitores de várias gerações.
A menina do nariz arrebitado é uma obra emblemática, tanto por ser a primeira da série – um divisor de águas na história da literatura para crianças no Brasil - quanto por representar um impulso na difusão do livro e na própria indústria editorial do país. E uma vez que a obra de Voltolino, tal como a de Lobato, também se encontra em domínio público, foi possível digitalizá-la e disponibilizá-la na íntegra através da BN Digital.
Outras dezessete obras, escritas por precursores de Lobato, foram igualmente digitalizadas para compor o núcleo inicial da Brasiliana de Literatura Infantil e Juvenil, que, a partir de agora, se dedica a preservar e difundir a produção bibliográfica brasileira voltada para crianças e jovens. Convidamos nossos leitores a acessá-la através do link abaixo.