Marcus Vinitius da Cruz de Melo Moraes (o segundo nome foi aportuguesado para “Vinicius” quando tinha nove anos) nasceu a 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro, cidade à qual seu trabalho e sua memória estão ligados de forma permanente. Em 1922, quando São Paulo efervescia com a Semana de Arte Moderna, Vinicius já escrevia seus primeiros versos; formou um grupo musical com amigos do Colégio Santo Inácio, do qual faziam parte seus primeiros parceiros de composição, Paulo e Haroldo Tapajós, e aos 19 anos entrou na Faculdade de Direito. Seu primeiro livro de poemas, “O Caminho para a Distância”, foi publicado em 1933.
No final da mesma década, Vinicius, elogiado por Manuel Bandeira e Mário de Andrade, já tinha seu nome consolidado no panorama literário brasileiro. De fato, embora tenha atuado como jornalista e crítico cinematográfico, e seguido brevemente a carreira diplomática entre 1946 e 1968 -- quando foi compulsoriamente aposentado pelo Ato Institucional n. 5 --, Vinicius de Moraes jamais deixou de escrever, passando pelo teatro, pelo cinema, pela prosa, mas se considerando acima de tudo poeta. Teve inúmeros parceiros como letrista, destacando-se Tom Jobim, Chico Buarque, Carlos Lyra e principalmente Antonio Pecci Filho, o Toquinho, com quem formou uma dupla que rendeu mais de 100 canções e cerca de 1000 espetáculos. A parceria de onze anos se encerrou apenas com a morte de Vinicius de Moraes, no Rio de Janeiro, no dia 9 de julho de 1980.
Entre letras de música, poemas e peças teatrais – com destaque para “Orfeu da Conceição”, de 1954 –, Vinicius de Moraes deixou uma vasta obra, editada e reeditada ao longo de décadas. Uma das editoras a publicar seus livros foi a José Olympio, cujos projetos gráficos estão na coleção do mesmo nome, integrante da Divisão de Manuscritos. Três deles, referentes a capas de alguns dos mais famosos livros de Vinicius, ilustram este post.