Fundidoras de Tipo do Século XIX Anunciantes no Almanack Laemmert

Dezembro, 2006
Edna Lucia Oliveira da Cunha Lima
Pesquisa
Século XIX, Almanak Laemmert, Tipografia, bolsista pesquisador

Bolsista Pesquisadora

Examinar os exemplares do Almanack Laemmert e deles retirar as informações sobre o início da atividade de fundição comercial de tipos no Brasil, acontecimento que se deu no Rio de Janeiro foi o objetivo inicial desta pesquisa.

Pela sua própria natureza, as fontes primárias são estes almanaques, os catálogos de fundidoras brasileiras descobertos na Biblioteca, em especial o da Fundição Francesa, os jornais da época, como o Jornal do Commercio e o Diário do Rio de Janeiro. Alguns autores foram importantes para traçar a trajetória dos fundidores de tipos, situando-os no contexto das instituições em que trabalharam, como a Imprensa Nacional e a Casa de Correção, como Valle Cabral e Oliveira Bello, assim como Lawrence Hallewell e Orlando da Costa Ferreira, que trataram das questões da impressão de livros e efêmeros no Brasil, dando subsídios para a compreensão da indústria gráfica como um todo. Importaram também, o acesso aos Almanacks e aos relatórios ministeriais sobre a Imprensa Nacional, nos quais encontramos dados sobre a compra e a fundição local de tipos e os arranjos para treinamento de pessoal, diretamente nos exemplares digitalizados e postos à disposição dos leitores. Para complementar os dados sobre os fundidores de tipos, foram feitas consultas ao Arquivo Nacional, que guarda os contratos comerciais da Junta Comercial do Rio de Janeiro do século XIX, onde foram localizados diversos destes documentos, explicitando dados que complementam os recolhidos no exame do Almanack Laemmert. Além disso, sabendo-se que grande parte deles eram imigrantes franceses, verificamos datas de entrada e saída dos mesmos nos Livros de Registro da Policia, também parte do acervo do Arquivo Nacional.

No decorrer do trabalho, surgiram outras questões que foram tratadas, a saber:

  • Que técnicas eram utilizadas no século XIX para a criação de punções tipográficas, de acordo
  • Com a literatura especializada?
  • Quais as empresas atuantes no período em estudo?
  • Haveria catálogos das fundidoras de tipo cariocas no acervo da BNB?
  • Como se desenvolveu o setor de fundição de tipos da Imprensa Nacional?
  • Haveria criadores de fontes tipográficas atuando no Brasil nesse contexto?

Estas questões levaram a um aprofundamento da pesquisa, e a algumas respostas que relacionamos a seguir neste documento.

A fundição de tipos no século XIX no Brasil tem nesta pesquisa um estudo pioneiro, considerando-se que pouco tem sido publicado sobre este assunto. Na verdade, podemos destacar o fato de que foi a existência de fontes digitais que se multiplicaram a partir do último decênio do século passado, o que despertou, no Brasil, o interesse pela última destas perguntas, desde que há um número considerável de criadores de fontes digitais que se perguntam a respeito da história de sua atividade.

As fontes tipográficas de que tratamos são de compostas por paralelepípedos de antimônio e chumbo, próprias para a composição de textos para impressão tipográfica, cuja existência, nos dias que correm se deve a preocupações museográficas. Também, na morte de uma atividade comercial, há um interesse renovado para experimentações tipográficas por parte de designers. É possível encontrar velhas prensas em gráficas do interior do país e mesmo nas cidades
maiores, especializadas em pequenos impressos como cartões de visita. Mas mesmo estas estão em processo de liquidação, retomadas algumas delas por designers amantes da manualidade da tipografia.

Nas seções que se seguem, procuramos colocar o desenvolvimento do trabalho.

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