Palestra: Conservação preventiva: a qualidade do ar interno na Biblioteca Nacional

segunda-feira, 29 de junho de 2015.
Evento
conservação, preservação, qualidade do ar
Em palestra proferida na última sexta-feira, dia 26 de junho, no âmbito do evento 'Conservação preventiva de coleções documentais em prédios públicos', o professor Ricardo Godoi, do departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Paraná (UFPR), apresentou os resultados de pesquisa realizada em 2014 com o objetivo de avaliar a qualidade do ar nas dependências do edifício-sede da Biblioteca Nacional (BN). Ele iniciou a palestra explicando que além dos efeitos sobre a saúde humana, a poluição atmosférica pode causar danos às obras do acervo, pois as partículas de sujidade podem acelerar a degradação dos materiais. “Minha paixão é a proteção às nossas obras, ao nosso patrimônio. E a conservação preventiva é sempre mais barata do que a restauração”, afirmou.

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O professor Ricardo Godoi, do departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Paraná (UFPR), fala sobre conservação preventiva e a qualidade do ar interno na Biblioteca Nacional.
O professor Ricardo Godoi, do departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Paraná (UFPR), fala sobre conservação preventiva e a qualidade do ar interno na Biblioteca Nacional.

O estudo realizado na BN contou com tubos difusivos, que absorviam os gases do ambiente por sete dias, em quatro locais de coleta. Em seguida, foi feita a análise da fuligem, que constatou a presença de 20 mil nanogramas por metro cúbico, número que fica acima da média recomendada. Diante dessa constatação, Godoi sugeriu que a proteção ambiental seja feita com filtragem de ar e redutores.

A principal causa apontada para esse resultado foi a localização do prédio, no Centro do Rio de Janeiro, em frente a uma via pela qual trafegam grande número de ônibus e automóveis diariamente.

O estudo incluiu também a análise dos níveis de ozônio, que contribui para a oxidação de materiais, e de benzenos e etilenos. No primeiro caso, não foram observadas quantidades significativas da substância. Já em relação aos solventes químicos, o estudo apontou uma concentração representativa de tolueno, mas não o bastante para indicar riscos à saúde humana.

Ao responder as perguntas da platéia, Godoi apontou algumas sugestões simples para minimizar alguns dos problemas encontrados.